UENP possui núcleo de investigação e tecnologia para pesquisas sobre a Deriva desde 2006

A Deriva é toda aplicação de defensivos agrícolas que não atingem o local desejado. Em outras palavras, é quando o produto em si tem como objetivo atingir a folha e acaba caindo no solo, por exemplo. Isso gera danos econômicos e ambientais, além de aumentar os custos de produção nas lavouras.
Ela acontece devido algumas causas como, por exemplo, o tamanho das gotas produzidas pelas pontas de pulverização (quanto menores as gotas, mais sujeitas à deriva serão); condições climáticas; evaporação; correntes de ar verticais ou horizontais.

Seu controle pode ser feito através de várias iniciativas, como a seleção correta da ponta de pulverização; a altura da barra de pulverização; a utilização da assistência de ar e a utilização de barras protegidas, até mesmo o compromisso do produtor com a qualidade do trabalho.

De acordo com o professor Marco Antonio Gandolfo, da Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP), a redução da deriva ainda pode acontecer, por exemplo, “evitando condições extremas como temperaturas acima de 30 graus, umidade relativa abaixo de 55% e ventos abaixo de 4 e acima de 10km/h”, afirmou.

Gandolfo é autor de inúmeras pesquisas de iniciação científica sobre a Deriva conduzidas no Núcleo de Investigação em Tecnologia de Aplicação de Agroquímicos e Máquinas Agrícolas – NITEC da UENP. O Núcleo foi criado em 2006 e desde então executou mais de 50 projetos de pesquisa na busca pelo equilíbrio entre a segurança, a qualidade e o custo das aplicações.

“Hoje temos cerca de 12 projetos em execução. São graduandos em seus TCCs (Trabalhos de Conclusão de Curso) e iniciação científica e técnica, graduando com dissertações e teses, além de pós-doutorados”, afirmou Gandolfo. De acordo com ele, as pesquisas são tão importantes que anualmente são publicados aproximadamente 10 trabalhos científicos em congressos, simpósios e revistas científicas.
De acordo com o professor, as linhas mais estudadas são: redução de deriva e da evaporação em aplicação de agroquímicos; avaliação da qualidade; estudo dos parâmetros de cobertura e depósito em pulverizações. Um dos diferenciais do laboratório é o túnel de vento para ensaio da deriva, que tem 20 metros de profundidade e permite a simulação da deriva.

“Com o túnel podemos estudar métodos de redução do potencial de deriva nas aplicações. Entre eles, a composição e formulação da calda, seleção de pontas de pulverização e suas pressões de trabalho e altura de aplicação. Também podemos estudar os tipos de adjuvantes para a redução da deriva, além de tecnologias como a eletrostática e condições meteorológicas para a redução da deriva”, destaca Gandolfo.

Desde o início das pesquisas, alguns resultados tiveram destaque como o uso de pontas de pulverização de gotas grossas com baixo percentual de gotas muito finas, uso de formulações mais seguras, como bases oleosas e a inclusão de adjuvantes específicos para redução da deriva.

Além do seu compromisso com a pesquisa, o Núcleo também atua em treinamentos em universidades, instituições de pesquisa como a Embrapa e Iapar, cooperativas, associações de produtores e dias de campo, divulgando resultados e técnicas para a melhoria da qualidade e da segurança. “O Brasil já possui técnicas excelentes para a redução da deriva. Porém é necessário que se mantenha as pesquisas e a divulgação para que possamos eliminar os problemas relacionados a deriva no Brasil”, apontou Gandolfo.

Atualmente o maior desafio é otimizar a qualidade com a segurança que satisfaça o controle do agente de dano sem contaminação ambiental. “Isso ainda é difícil, pois para atender ambos aspectos precisaríamos de mais tecnologia que permitisse isso sem a elevação dos custos”, acrescentou o professor.
Como desafios ainda citam-se as perspectivas do uso de produtos menos tóxicos para controle de agentes de danos mais resistentes, adaptados e tolerantes. Isso demandará muita pesquisa e recursos.
PRÊMIOS – Desde sua atuação, o Núcleo já ganhou inúmeros prêmios entre eles o “Prêmio Jovem Inovador” e o “Prêmio Down”, no Simpósio Internacional de Tecnologia  de Aplicação. (Da assessoria/Federação dos Engenheiros Agrônomos do Paraná).

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui