Paz e Bem, meu amigo e irmão, vamos continuar falando sobre São Francisco de Assis. Agora a Primeira Biografia de Tomás de Celano. Da clareza e firmeza do pensamento de São Francisco, de sua pregação diante do senhor Papa Honório.

 Sabendo disso, Dom Hugolino, o glorioso bispo de Óstia, que tinha uma especial amizade pelo santo de Deus, ficou cheio de temor e de alegria, porque admirava o fervor do santo, mas também sabia como era simples. Apesar disso, confiando na misericórdia do Todo-poderoso, que no tempo da necessidade nunca falta aos que o veneram com piedade, apresentou-o ao Papa e aos eminentíssimos cardeais. Diante dos importantes príncipes, o santo pediu a licença e a bênção e começou a falar com toda a intrepidez. Falava com tanta animação que, não se podendo conter de alegria, dizia as palavras com a boca e movia os pés como se estivesse dançando, não com malícia, mas ardendo no fogo do amor de Deus: por isso não provocou risadas, mas arrancou o pranto da dor. De fato, admirados pela graça de Deus e a segurança desse homem, muitos deles ficaram compungidos de coração. Entretanto, receoso, o venerável bispo de Óstia rezava fervorosamente ao Senhor para que a simplicidade do santo homem não fosse desprezada, porque isso resultaria em desonra para ele, que tinha sido constituído pai de sua família. Porque São Francisco se ligara a ele como um filho ao pai e como um filho único à sua mãe, achando que em seus braços podia descansar e dormir tranquilo. Ele assumira e exercia o cargo de pastor, e deixava o título para o santo. O bem-aventurado pai cuidava do que era necessário, mas o hábil senhor fazia com que tudo fosse realizado. Quantas pessoas, especialmente no princípio, tentaram acabar com a implantação da Ordem! Quantos procuraram sufocar a vinha escolhida que a mão do Senhor tinha plantado havia pouco neste mundo! Quantos tentaram roubar e consumir seus primeiros e melhores frutos! Mas todos foram vencidos e desbaratados pela espada de tão reverendo pai e senhor. Ele era um verdadeiro rio de eloquência, bastião da Igreja, defensor da verdade e protetor dos humildes. Bendito e memorável o dia em que o santo se confiou a tão venerável senhor. Numa das muitas vezes em que o cardeal foi mandado como legado da Sé Apostólica à Toscana, São Francisco, que ainda não tinha muitos frades e queria ir à França, passou por Florença, onde morava nesse tempo o referido bispo. Ainda não estavam unidos por especial amizade, mas a fama de uma vida santa tinha unido os dois em mútuo afeto. De resto, como era costume de São Francisco visitar os bispos e padres logo que chegava a alguma cidade ou região, quando soube da presença de um bispo tão importante, apresentou-se com a maior reverência. O bispo o recebeu com muita devoção, como fazia sempre com todos os que pretendiam viver a vida religiosa e principalmente com os que levavam o estandarte da santa pobreza e humildade. Como era solícito em ajudar as necessidades dos pobres e se interessava pessoalmente por seus problemas, quis saber atenciosamente os motivos da visita do santo e escutou com muita bondade os seus projetos. …

Para louvor de Nosso Senhor Jesus Cristo Amém. (Continua na próxima edição – Programa Francisco Instrumento da Paz). Paz e Bem.

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