Franciscologia

Paz e Bem, meu amigo e irmão, vamos continuar falando sobre São Francisco de Assis. Agora a Primeira Biografia de Tomás de Celano. Como foi recebido em Rieti pelo senhor Hugolino, bispo de Óstia, e como o santo prenunciou que ele seria o bispo de todo o mundo.

 Interessou-se com solicitude e devoção para que o santo Pai pudesse recuperar a antiga saúde dos olhos, vendo nele um homem santo e justo, muito útil e necessário à Igreja de Deus. Compartilhava os sofrimentos de toda a família dos frades, compadecendo-se dos filhos no pai. Por isso, exortava o santo Pai a cuidar de sua saúde e a não recusar os remédios necessários na doença, pois esse descuido podia ser-lhe imputado como falta e não como merecimento. Aceitando com humildade tudo que lhe foi dito por um senhor tão reverendo e um pai tão querido, daí por diante São Francisco teve o maior cuidado e prudência com o que era necessário para sua cura. Só que a doença tinha se agravado tanto que para qualquer melhora exigia um especialista muito hábil e remédios muito dolorosos. Por essa razão, embora lhe tenham cauterizado a cabeça em diversos lugares, feito sangrias, colocado emplastros e derramado colírios, nada adiantou. Quase sempre foi ficando pior. O santo suportou isso com toda paciência e humildade, durante quase dois anos, dando em tudo graças a Deus. Para pensar mais livremente em Deus, e para percorrer as moradas do céu em seus êxtases frequentes, vivendo na riqueza da graça diante do dulcíssimo e sereníssimo Senhor do universo, confiou o cuidado de sua pessoa a alguns frades verdadeiramente dignos de sua predileção. Eram homens virtuosos, entregues ao Senhor, gratos aos santos, aceitos pelos homens, sobre os quais o santo Pai Francisco se apoiava como uma casa sobre quatro pilares. Não lhes vou citar os nomes agora em respeito à sua modéstia, que sempre foi íntima amiga desses santos frades. A modéstia, aliás, é ornamento de todas as idades, testemunha da inocência, indício de um coração puro, norma de conduta, glória especial da consciência, guarda de boa fama e distintivo de toda honestidade. Foi a virtude que adornou esses companheiros do santo e os tornou amáveis e aceitos por todos. Foi uma graça comum a todos, mas cada um tinha sua virtude. Um deles se destacava por sua discrição, outro era de uma paciência fora do comum, outro de renomada simplicidade e o último juntava à robustez do corpo a mansidão de espírito. Todos cuidavam da tranquilidade do santo Pai com toda a atenção, esforço e boa vontade. Tratavam também de sua doença sem poupar sacrifícios e fadigas para estarem ao inteiro dispor do santo. Embora já consumado em graça diante de Deus e resplandecendo em obras diante dos homens deste mundo, o santo Pai estava sempre pensando em empreender coisas mais perfeitas e, como soldado veterano das batalhas de Deus, provocava o adversário para novos combates. Propunha-se a grandes proezas sob a orientação de Cristo e, mesmo semimorto pela falta de saúde, esperava triunfar do inimigo numa nova refrega. De fato, a virtude verdadeira não conhece fim, pois sabe que sua recompensa é eterna. …

Para louvor de Nosso Senhor Jesus Cristo Amém. (Continua na próxima edição – Programa Francisco Instrumento da Paz). Paz e Bem.

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