Franciscologia

Paz e Bem, meu amigo e irmão, vamos continuar falando sobre São Francisco de Assis. Agora Tomás de Celano. Da comparação que propôs diante do Papa.

 Por isso entraram na igreja quando amanheceu, rezaram primeiro com devoção e depois abriram o Evangelho, dispostos a fazer a primeira proposta que ocorresse. Abriram o livro e Cristo mostrou seu conselho: “Se queres ser perfeito, vai e vende tudo que tens, e dá-o aos pobres”. Repetem uma segunda vez e apareceu: “Não leveis nada pelo caminho”. Acrescenta uma terceira vez e encontram: “Quem quer vir após mim, renuncie a si mesmo”. Bernardo não perdeu tempo para cumprir tudo isso e não deixou de observar uma vírgula do conselho recebido. Em pouco tempo, foram muitos os que se converteram dos corrosivos cuidados do mundo e, guiados por Francisco para o bem infinito, voltaram para a pátria. Seria longo contar como cada um deles conquistou o galardão da vocação suprema. Na ocasião em que se apresentou com os seus ao Papa Inocêncio, para pedir a aprovação de sua regra de vida, o Papa achou que seu propósito estava acima de suas forças e, como era dotado da maior discrição, disse: “Meu filho, pede a Cristo que nos manifeste sua vontade, para que, conhecendo-a, possamos concordar com maior segurança com os teus piedosos desejos”. O santo atendeu à ordem do Pastor supremo e correu a Cristo confiantemente. Rezou insistentemente e exortou os irmãos a suplicarem a Deus com devoção. Que mais? Obteve uma resposta na oração e contou aos filhos a salutar novidade. A conversa familiar com Cristo foi conhecida em parábolas: – “Francisco, dirás isto ao Papa: uma mulher pobrezinha, mas bonita, morava em um deserto. Um rei se apaixonou por ela por causa de sua grande formosura, desposou-a todo feliz e teve com ela filhos belíssimos. Quando já estavam adultos e nobremente educados, a mãe lhes disse: “Não vos envergonheis, meus queridos, porque sois pobres, pois sois todos filhos daquele grande rei. Ide com alegria para sua corte, e pedi-lhe tudo que precisais’. Surpresos e felizes quando ouviram isso e, orgulhosos por saberem que eram de linhagem real, pois previam que seriam os herdeiros, consideraram riquezas toda sua pobreza. Apresentaram-se ousadamente ao rei, sem temer o rosto que era parecido com o deles. Vendo neles essa semelhança, o rei perguntou, admirado, de quem eram filhos. Quando disseram que eram filhos daquela mulher pobrezinha do deserto, o rei os abraçou dizendo: ‘Sois meus filhos e meus herdeiros, não tenhais medo! Se até estranhos comem à minha mesa será muito mais justo que eu alimente aqueles a quem está destinada por direito a minha herança toda’. Por isso o rei mandou que a mulher levasse todos os seus filhos para serem alimentados em sua corte”. Alegre e contente com a parábola, o santo foi logo contar ao Papa o sagrado oráculo de Deus. Essa mulher era Francisco, pela fecundidade de seus muitos filhos, não pela moleza de sua vida. O deserto era o mundo, então inculto por falta de doutrina e estéril em virtudes. A prole abundante e formosa era a multidão dos frades, rica de toda virtude. …

Para louvor de Nosso Senhor Jesus Cristo Amém. (Continua na próxima edição – Programa Francisco Instrumento da Paz). Paz e Bem.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui