Franciscologia

Paz e Bem, meu amigo e irmão, vamos continuar falando sobre São Francisco de Assis. Agora o SEGUNDO LIVRO de Tomás de Celano. Como, em Damieta, predisse a derrota dos cristãos.

 Saiu da Ordem e morreu fora dela: agora já sabe o que fez. No tempo em que o exército cristão estava sitiando Damieta, lá estavam o santo de Deus e seus companheiros: desejosos do martírio, tinham atravessado o mar. Ouvindo dizer que os nossos estavam se preparando para o dia da batalha, o santo ficou muito triste. Disse a seu companheiro: “O Senhor me revelou que, se houver um combate nesse dia, os cristãos não vão sair-se bem. Mas se eu disser isso, vão achar que estou louco; se me calar, minha consciência não vai me deixar em paz. Que te parece? ”. O companheiro respondeu: dizendo “Pai, seja para ti o mínimo ser julgado, pois não é agora que começarão a te achar doido. Descarrega tua consciência, teme mais a Deus que aos homens”. O santo foi correndo dar bons conselhos aos cristãos, dizendo que não deveriam ir à guerra e avisando que haveriam de fracassar. A verdade foi tida como uma fábula, endureceram seus corações e não aceitaram o aviso. Partiram, atacaram, combateram e foram derrotados pelo inimigo. Durante a batalha, o santo, angustiado, mandou o companheiro levantar-se para olhar. Como não visse nada na primeira e na segunda vez, mandou olhar uma terceira. E viu o exército cristão todo virado para a fuga, carregando no fim da guerra não o triunfo mas a vergonha. O desastre foi tão grande que os nossos perderam seis mil, entre mortos e prisioneiros. O santo ficou cheio de compaixão, e eles não tiveram menor arrependimento. Compadeceu-se especialmente dos espanhóis porque eram mais audaciosos e tinham sobrado muito poucos. Pensem nisso os príncipes de todo o mundo, convençam-se de que não é fácil combater contra Deus, isto é, contra a vontade do Senhor. Costuma acabar mesmo em desgraça o atrevimento, porque confia em suas próprias forças e não merece o auxílio do céu. Se é do alto que esperamos a vitória, já devemos entrar na luta com o espírito de Deus. Ao voltar de além-mar acompanhado por Frei Leonardo de Assis, aconteceu que o santo, fatigado e cansado da viagem, teve que fazer um trecho montado num jumento. O companheiro, que vinha atrás e também não estava menos cansado, começou a dizer consigo mesmo, levado por fraqueza humana: “Os pais dele e os meus não jogavam juntos. Mas agora ele vai montado e eu a pé guiando o burro”. Ele estava pensando nisso quando o santo apeou do asno de repente e disse: “Não, irmão, não convém que eu vá montado e tu a pé, tu que no mundo eras mais nobre e mais poderoso do que eu”. O frade se assustou na mesma hora e ficou todo envergonhado, vendo que tinha sido surpreendido pelo santo. Lançou-se a seus pés confessando, lavado em lágrimas o que tinha pensado, e pediu perdão. Havia outro frade, famoso entre os homens e ainda mais estimado diante de Deus, por sua santidade. Invejoso de suas virtudes, o pai de toda inveja quis cortar a árvore que já estava tocando os céus e arrancar a coroa de suas mãos. Rodeia, revira, discute e examina suas qualidades, para encontrar um bom tropeço para o frade. …

Para louvor de Nosso Senhor Jesus Cristo Amém. (Continua na próxima edição – Programa Francisco Instrumento da Paz). Paz e Bem.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui