Franciscologia

Paz e Bem, meu amigo e irmão, vamos continuar falando sobre São Francisco de Assis. Agora o SEGUNDO LIVRO de Tomás de Celano. Da mulher a quem predisse que seu marido de mau ia ficar bom.

Excitou-se o furor de Deus contra eles, voltaram os males que tinham ido embora e mais a espada humana, e ainda foi mandada do céu uma epidemia que acabou com muitos. No fim, o acampamento inteiro foi queimado por chamas vingadoras. Na verdade, é justo que os benefícios se transformem em castigo para os que são ingratos. Alguns dias mais tarde, quando o bem-aventurado pai desceu daquela cela, disse com voz sofrida aos frades presentes: “Os habitantes de Perusa fizeram muito mal a seus vizinhos, e seu coração se exaltou, mas para sua ignomínia. Na verdade, a vingança de Deus está próxima: Ele já está com a mão na espada”. Depois de mais alguns dias, levantou-se no fervor do espírito e tomou o caminho da cidade de Perusa. Os frades puderam concluir que tinha tido alguma visão em sua cela. Quando chegou a Perusa, reuniu o povo e começou a pregar. Mas, como os soldados corriam nos seus cavalos, como é costume, e levavam armas em seus exercícios militares, impediam a palavra de Deus, o santo se voltou para eles e disse gemendo: A miserável perversidade dos homens miseráveis, que não considerais nem temeis o juízo de Deus! Mas ouvi o que o Senhor vos anuncia por intermédio de mim, pobrezinho:  O Senhor vos exaltou acima de todos os que estão ao vosso redor. Justamente por isso deveríeis ser mais bondosos com os vizinhos e mais agradecidos a Deus. Mas estais sendo ingratos, atacais os vizinhos à mão armada, matando e saqueando. Eu vos digo que isso não vai ficar sem vingança, porque Deus, para maior punição, vai fazer com que enfrenteis uma guerra interna, levantando-vos uns contra os outros. E a indignação vai instruir aqueles que a bondade não conseguiu ensinar”. Não muitos dias depois, brotou um escândalo entre eles. Empunharam armas contra os companheiros: o povo se amotinou contra os cavaleiros e os nobres atacaram os plebeus à espada. Numa palavra, lutaram com tamanha ferocidade e estrago, que até os vizinhos, a quem tinham ofendido, ficaram com pena. Foi um castigo merecido! Como se afastaram daquele que é Uno e Sumo, foi preciso que nem a unidade permanecesse entre eles. Não pode haver vínculo mais forte em uma nação do que o piedoso amor a Deus, numa fé sincera e sem fingimento. Naqueles dias, viajando o homem de Deus para Celle de Cortona, uma nobre dama da aldeia de Volusiano teve conhecimento disso e correu ao seu encontro. Após uma viagem muito cansativa, porque era de compleição muito delicada e tenra, acabou chegando ao santo. Percebendo como estava ofegante e exausta, o santíssimo Pai ficou com pena e lhe disse: “Que desejais, Senhora? ” E ela: “Que me abençoeis, pai”. E o santo: “Sois casada ou solteira? ” – “Pai, respondeu, tenho um marido muito cruel, que suporto como um adversário no serviço de Jesus Cristo. Essa é minha maior dor, porque, por causa de meu marido, não posso cumprir os bons propósitos que o Senhor me inspirou. Por isso, ó santo, ora por ele, para que a misericórdia divina lhe humilhe o coração”. …

Para louvor de Nosso Senhor Jesus Cristo Amém. (Continua na próxima edição – Programa Francisco Instrumento da Paz). Paz e Bem.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui