Paz e Bem, meu amigo e irmão, vamos continuar falando sobre São Francisco de Assis. Agora o SEGUNDO LIVRO de Tomás de Celano. Sobre o homem que ofereceu um pano, de acordo com o que o santo tinha pedido.
Nesse mesmo lugar, o pai dos pobres, que vestia uma túnica velha, disse uma vez a um de seus companheiros, a quem constituíra seu guardião: “Gostaria, irmão, se fosse possível, que me arranjasses fazenda para fazer uma túnica”. Ouvindo isso, o frade ficou pensando em como poderia adquirir esse pano tão necessário e tão humildemente pedido. No dia seguinte, saiu bem cedo para ir à cidade arranjar o pano. E eis um homem sentado junto à porta, querendo falar com ele. Disse ao frade: “Por amor de Deus, recebe esta fazenda para fazer seis túnicas, guarda uma para ti e distribui as outras como te aprouver, pela salvação de minha alma”. O frade voltou muito alegre para junto de Frei Francisco e contou como tinha recebido esse presente do céu. O pai disse: “Recebe as túnicas, porque esse homem foi enviado para satisfazer dessa forma a minha necessidade. Demos graças àquele que parece que só precisa cuidar de nós”.Quando o bem-aventurado varão morava em um eremitério perto de Rieti, visitava-o um médico, todos os dias, para cuidar de seus olhos. Certo dia, disse o santo aos seus: “Convidai o médico e dai-lhe um ótimo almoço”. O guardião respondeu: “Pai, digo com rubor que temos vergonha de convidá-lo, porque estamos muito pobres”. O santo respondeu dizendo: “Que quereis que eu diga de novo? ” E o médico, que estava presente, disse: “Também eu, irmãos caríssimos, terei como delícias a vossa penúria”. Os frades correram e puseram na mesa toda a provisão da sua dispensa, isto é, um pouquinho de pão, um pouco de vinho e, para comerem alguma coisa melhor, alguns legumes trazidos da cozinha. Nesse meio tempo, a mesa do Senhor teve pena da mesa dos servos: bateram à porta e eles foram logo atender. Era uma mulher que lhes deu uma cesta cheia: um belo pão, peixes e pastéis de camarão, coroados, por cima, com mel e uvas. Ao ver isso, a mesa dos pobres se alegrou e, deixando os pratos miseráveis para o dia seguinte, comeu logo os mais preciosos. Suspirando, o médico falou dizendo: “Irmãos, nem vós religiosos nem nós seculares reconhecemos a santidade deste homem”. Teriam ficado saturados, se não os tivesse satisfeito mais o milagre que a comida. Pois é assim que o olhar paterno de Deus jamais abandona os seus; pelo contrário, serve-os melhor quanto mais são necessitados. Como Deus é mais generoso que o homem, alimenta-se numa mesa melhor o pobre que o tirano. São Francisco costumava passar o dia inteiro numa cela solitária, e não voltava para o meio dos frades a não ser que sentisse muita necessidade de tomar algum alimento. Mas não saía em horas certas para comer, porque em geral a fome maior de contemplação tomava-o inteiramente. Aconteceu que uma vez chegaram a Grécio dois frades vindos de longe, que tinham um comportamento digno para Deus. A única razão de sua vinda era ver o santo e receber sua bênção, que desejavam havia muito tempo. Mas como chegaram e não o encontraram, porque já se havia retirado para sua cela, ficaram muito tristes. …
Para louvor de Nosso Senhor Jesus Cristo Amém. (Continua na próxima edição – Programa Francisco Instrumento da Paz). Paz e Bem.