Paz e Bem, meu amigo e irmão, vamos continuar falando sobre São Francisco de Assis. Agora o SEGUNDO LIVRO de Tomás de Celano. Sobre o irmão tentado que queria ter alguma coisa escrita pela mão do santo.
Preocupado com esse desejo, tinha receio de abrir-se com o santíssimo pai. Mas o que o homem não disse revelou-lho o Espírito. Porque um dia São Francisco o chamou e disse: “Traz-me papel e tinta, porque quero escrever umas palavras e louvores do Senhor, que estive meditando em meu coração”. Trazidos logo as coisas que pedira, escreveu de próprio punho os Louvores de Deus e as palavras que quis, e por último uma bênção para o frade, dizendo-lhe: “Recebe para ti este pedaço de papel e guarda-o diligentemente até o dia de tua morte”. A tentação desapareceu na mesma hora. O escrito foi guardado e, posteriormente, realizou coisas admiráveis. No mesmo frade resplandeceu outro milagre do santo pai. Pois no tempo em que estava doente no palácio de Assis, esse frade pensou consigo mesmo dizendo: “O pai está se aproximando da morte. Minha alma ficaria muito consolada se, depois de sua morte, eu tivesse uma túnica do meu pai”. Como se o seu desejo do coração fosse um pedido da boca, pouco depois São Francisco chamou-o dizendo: “Dou-te esta túnica. Recebe-a e passará a ser tua: vou usá-la enquanto estiver vivo, mas será tua quando eu morrer”. Admirado de tão profunda penetração, o frade recebeu a túnica muito consolado. Mais tarde, ela foi levada para a França, com muita devoção. Nos últimos tempos de sua doença, teve vontade de comer aipo, tarde da noite, e o pediu com humildade. Chamaram o cozinheiro para que o trouxesse, mas ele respondeu dizendo que não poderia colher nada na horta: “Eu apanho aipos todos os dias, e já cortei tanto, que até com a luz clara mal consigo achar algum. Quanto mais, com as trevas de agora, nem seria capaz de distinguí-lo das outras ervas”. Mas o santo disse: “Vai, meu irmão, e para não te dar trabalho, traz as primeiras ervas em que puseres as mãos”. O frade foi à horta, arrancou as primeiras plantas que encontrou, sem enxergar, e as trouxe para casa. Os frades olharam as ervas silvestre e, revirando-as, encontraram entre elas um aipo folhudo e tenro. O santo comeu um pouquinho e ficou muito confortado. E disse o pai aos irmãos: “Irmãos caríssimos, cumpri as ordens sempre à primeira palavra, sem esperar que sejam repetidas. Não fiqueis pensando na impossibilidade porque, mesmo que eu desse alguma ordem acima das forças, a própria obediência tem suas forças” Até esse ponto o dotara-o o Espírito Santo com o dom da profecia. Os santos às vezes são obrigados pela força do Espírito Santo a falar coisas maravilhosas a respeito de si mesmas: quando é a glória de Deus que exige revelar a palavra, ou há alguma exigência da caridade para edificação do próximo. Foi por essa razão que, um dia, o santo pai a um frade a quem tinha grande estima contou esta palavra que tirara então de seu segredo familiar com a Majestade: “Em nossos dias, existe na terra um servo de Deus, por quem o Senhor não vai permitir que a fome se abatesse sobre a humanidade enquanto ele viver”. …
Para louvor de Nosso Senhor Jesus Cristo Amém. (Continua na próxima edição – Programa Francisco Instrumento da Paz). Paz e Bem.