Franciscologia

Paz e Bem, meu amigo e irmão, vamos continuar falando sobre São Francisco de Assis. Agora o SEGUNDO LIVRO de Tomás de Celano. Sobre a casa de Bolonha, de onde expulsou os doentes.

Uma vez, voltando de Verona e querendo passar por Bolonha, ouviu dizer que aí tinha sido construída uma casa nova para os frades. Só de ouvir falar em “casa dos frades”, mudou de direção e foi por outro lado, sem passar por Bolonha. Depois mandou que frades saíssem imediatamente da casa: não ficaram nem os doentes, postos para fora como os outros. E não deu licença para voltarem enquanto o cardeal Hugolino, então bispo de Óstia e legado na Lombardia, não afirmasse em pública pregação que a casa era sua. Dá testemunho e escreve isto alguém que teve que sair doente da casa nessa ocasião. Não queria que os frades habitassem nenhum lugarzinho a não ser que constasse com certeza quem era o seu dono. Sempre exigiu que seus filhos observassem as leis dos peregrinos: abrigar-se sob teto alheio, passar em paz, ansiar pela pátria. Pois no eremitério de Sarciano, uma vez um frade perguntou ao outro de onde vinha, e este respondeu: “da cela de Frei Francisco”. O santo ouviu e disse: “Já que deste à cela o nome de Francisco, tomando posse dela para mim, que ela arranje outro morador, porque eu não vou mais morar lá. O Senhor, quando esteve no cárcere em que orou e jejuou por quarenta dias, não mandou fazer uma cela nem uma casa, mas ficou embaixo de uma rocha da montanha. Nós podemos segui-lo na forma determinada, deixando de ter qualquer propriedade, embora não possamos viver sem o uso de casas”. Este homem não só abominava a ostentação das casas como tinha horror a utensílios muito numerosos ou de valor. Não gostava de nada que, nas mesas ou nos recipientes, recordasse o mundanismo, para que tudo cantasse a peregrinação e o exílio. Aconteceu que num dia de Páscoa, os frades prepararam no eremitério de Grécio uma mesa mais bonita, com objetos brancos e de vidro. Quando o santo Pai desceu de sua cela e foi para a mesa, viu-a arrumada em lugar elevado e ostentosamente enfeitada: toda ela ria, mas ele não sorriu. Voltou às escondidas e devagarinho, pôs na cabeça o chapéu de um pobre que lá estava, tomou um bordão e foi para fora. Esperou lá fora à porta até que os frades começaram a comer, porque estavam acostumados a não o esperar quando não vinha ao sinal. Quando iniciaram o almoço, clamou à porta como um pobre de verdade: “Dai uma esmola, por amor de Deus, para um peregrino pobre e doente”. Os frades responderam: “Entra, homem, pelo amor daquele que invocaste”. Entrou logo e se apresentou aos comensais. Que espanto provocou esse peregrino! Deram-lhe uma escudela, e ele se sentou à parte, pondo o prato na cinza. E disse: “Agora estou sentado como um frade menor”. Dirigindo-se aos irmãos, disse: “Mais do que os outros religiosos, devemos deixar-nos levar pela pobreza do Filho de Deus. Vi a mesa preparada e enfeitada, e vi que não era de pobres que pedem esmola de porta em porta”. O fato demonstra que ele era semelhante àquele outro peregrino que ficou sozinho em Jerusalém nesse mesmo dia de Páscoa. Mas, quando falou, deixou abrasado o coração de seus discípulos. …

Para louvor de Nosso Senhor Jesus Cristo Amém. (Continua na próxima edição – Programa Francisco Instrumento da Paz). Paz e Bem.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui