5 MARIAS

Não há como negar. Em tempo de pandemia, resgatar as brincadeiras ou jogos tradicionais, como a bugalha (cinco-marias, pipoquinha ou belisco, cinco pedrinhas, cinco saquinhos) por exemplo, é uma proposta que vai além do entretenimento e da diversão, tem objetivo de trabalhar elementos da aprendizagem, cultura e desenvolvimento. “Dentro das recomendações da BNCC (Base Nacional Comum Curricular) a execução de atividade que visa possibilitar aos alunos das turmas do 1º ao 5º Ano resgatar as brincadeiras tradicionais e manter vivo o repertório cultural da criança, em tempos modernos em que a tecnologia tomou espaço das brincadeiras tradicionais. Como ainda trabalhar a socialização e incentivar o movimento do corpo, psicomotricidade ampla, equilíbrio e lateralidade”, destacou a equipe pedagógica e direção da Escola Municipal Diógenes Eisenhut Pessoa de Vasconcelos, responsáveis pelo ‘Projeto Cinco Marias’.

Considerado um dos jogos mais antigos do mundo, a bugalha ou as cinco marias, introduz o aluno para a didática do conhecimento na disciplina de Educação de Física, como ainda o jogo também busca trabalhar com as emoções e afetividade das crianças, retratando a representação da realidade. “Este tipo de jogo é tradicional, digamos que é um patrimônio lúdico para o desenvolvimento das capacidades físicas, cognitivas, sociais, afetivas e linguísticas do aluno. Quando ele participa desta brincadeira, torna-se um momento de liberdade criadora, afetividade e de desafio para ele próprio”, comentou a secretária da Educação e Cultura, Valquíria Aparecida Bonacini Martins.

A ORIGEM – As cinco marias têm origem na Grécia antiga e quando o povo queria consultar os deuses ou tirar a sorte, jogavam ossinhos da pata do carneiro onde cada lado tinha um nome e um valor. A resposta divina às perguntas humanas era interpretada a partir da soma desses números. O lado mais liso era chamado de kyon (valia 1 ponto); o menos liso, coos (6 pontos); o côncavo, yption (3 pontos); e o convexo, pranes (4 pontos). Essa pode ser a origem dos dados (do latim, ‘dadus’, que quer dizer ‘dado pelos deuses’), segundo Renata Meirelles, autora do livro ‘Giramundo e outros brinquedos e brincadeiras dos meninos do Brasil’.

Com o tempo, os ossinhos foram substituídos por pedrinhas, sementes e pedaços de telha até chegar aos saquinhos de tecido recheados com areia, grãos ou sementes, conta Meirelles.

REGRAS DO JOGO – 1) Jogar todos os saquinhos no chão (ou outra superfície) e pegar um deles sem tocar nos demais; jogar para o alto o saquinho escolhido, enquanto pega um dos outros quatro que estão no chão, e sem encostar nos restantes; segurar o saquinho na volta, com a mesma mão, antes que ele caia no chão; repetir o mesmo para cada um dos quatro saquinhos. 2) Novamente, jogar os cinco saquinhos no chão e pegar um, sem tocar nos restantes; repetir a etapa anterior, só que agora de dois em dois saquinhos. 3) Repetir tudo, mas desta vez pegando um saquinho e depois os três restantes ao mesmo tempo. 4) Jogar os saquinhos, pegar um, jogá-lo para o alto, pegar os quatro saquinhos restantes de uma só vez e em seguida pegar o saquinho que estava no ar sem deixar cair nenhum. 5) Na última etapa, jogar os cinco saquinhos no chão e pegar um sem tocar nos demais; com a outra mão, formar um túnel por onde os quatro saquinhos restantes deverão ser passados, um de cada vez, enquanto o saquinho escolhido estiver lançado ao ar. 6) Ganha quem passar todas as fases. Observação: Se o jogador tocar num dos saquinhos que estão no chão, que não seja o escolhido para a execução da jogada, ou deixar algum deles cair da mão, passará a vez ao próximo jogador.

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