Franciscologia

Paz e Bem, meu amigo e irmão, vamos continuar falando sobre São Francisco de Assis. Agora o SEGUNDO LIVRO de Tomás de Celano. Sobre a palavra profética que expôs a pedido de um frade pregador.

Achava que filósofo verdadeiro era o que preferia mais a vida eterna do que todas as outras coisas. Afirmava que passaria facilmente do conhecimento de si mesmo para o conhecimento de Deus aquele que estudasse as Escrituras com humildade e sem presunção. Era frequente resolver oralmente as dúvidas de algumas questões, porque, embora não perito nas palavras, destacava-se vantajosamente na inteligência e na virtude. Quando estava em Sena, apareceu por lá um frade da Ordem dos Pregadores, homem verdadeiramente espiritual e doutor em sagrada teologia. Tendo visitado o bem-aventurado Francisco, ele e o santo saborearam juntos por algum tempo uma conversa muito agradável sobre as palavras do Senhor. Então o mestre interrogou-o sobre aquela passagem de Ezequiel: “Se não advertires ao ímpio sobre sua impiedade, eu te pedirei contas de seu sangue” (cfr. Ez 3,18). E esclareceu: “São muitos, bom pai, os que eu conheço e sei que estão em pecado mortal, mas nem sempre lhes mostro sua impiedade. Será que Deus vai me pedir contas de suas almas? ” São Francisco respondeu que era um ignorante e que por isso estava mais na situação de aprender com ele do que na de dar sentenças sobre as Escrituras, mas o humilde mestre lhe disse: “Irmão, já ouvi a exposição de alguns sábios sobre esse texto, mas gostaria de saber qual é o teu pensamento”. Falou, então, São Francisco: “Se é em geral que devemos entender essa palavra, eu acho que o servo de Deus deve arder tanto na vida e na santidade, que repreenda todos os maus com a luz de seu exemplo e com a voz de seu comportamento. Assim, direi, o esplendor da vida e o bom perfume da fama é que a todos vão anunciar sua iniquidade”. Aquele varão saiu muito edificado, e disse aos companheiros do bem-aventurado Francisco: “Meus irmãos, a teologia desse homem, firmada na pureza e na contemplação, é uma águia a voar; nossa ciência arrasta-se pela terra”. Em outra ocasião, estando na casa de um cardeal, em Roma, foi interrogado sobre textos obscuros, colocou-os numa luz tão profunda que parecia alguém que vivesse estudando as Escrituras. Disse-lhe o senhor cardeal: “Não te interrogo como a um letrado, mas como a um homem que possui o espírito de Deus, e aceito de tão boa vontade a resposta da tua compreensão porque sei que vem apenas de Deus”. Quando estava doente e cheio de achaques, disse-lhe uma vez um companheiro: “Pai, sempre te refugiaste nas Escrituras, elas sempre foram um remédio para tuas dores. Peço que mandes ler alguma coisa dos profetas, pode ser que teu espírito exulte no Senhor”. O santo respondeu: “É bom ler os testemunhos das Escrituras, é bom procurar nelas Deus nosso Senhor, mas eu já aprendi tantas coisas nas Escrituras que para mim é mais do que suficiente recordar e meditar. Não preciso mais nada, filho. Conheço o Cristo pobre e crucificado”. …

Para louvor de Nosso Senhor Jesus Cristo Amém. (Continua na próxima edição – Programa Francisco Instrumento da Paz). Paz e Bem.

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