Franciscologia

Paz e Bem, meu amigo e irmão, vamos continuar falando sobre São Francisco de Assis. Agora o SEGUNDO LIVRO de Tomás de Celano. Sobre a porca malvada que comeu um cordeirinho.

Dissipou-se imediatamente a escuridão das trevas, o frade se levantou livre e não sentiu mais o tormento, como se nunca o tivesse tido. Já demonstramos, em outros lugares, como sua palavra teve maravilhosa eficácia também com os animais. Mas vou contar um caso que tenho à mão. Numa noite em que o servo do Excelso se hospedou no mosteiro de São Verecundo, da diocese de Gúbio, uma ovelha deu à luz um cordeirinho. Mas havia ali uma porca muito brava, que não poupou a vida do inocente e o matou com uma cruel mordida. Quando os homens se levantaram pela manhã, viram o cordeirinho morto e tiveram certeza de que a culpada dessa malvadeza era a porca. Quando soube disso, o piedoso pai ficou muito comovido, lembrando-se de um outro Cordeiro, e chorou o cordeirinho morto, dizendo diante de todos: “Ó irmão cordeirinho, animal inocente, que sempre nos recordas uma coisa importante para os homens! Amaldiçoada seja a cruel que te matou, e que nem homem nem animal comam nada dela! ” Incrível! A porca malvada começou logo a ficar doente, passou três dias de tormento e acabou morrendo por castigo. Foi jogada no monturo do mosteiro, onde ficou por muito tempo, seca como uma tábua, sem servir de alimento para nenhum esfomeado. Mandava evitar totalmente o mel venenoso que é a familiaridade com as mulheres, que induzem ao erro até os homens santos. Temia que, com isso, o fraco se quebrasse depressa e mesmo o forte ficasse muitas vezes enfraquecido em seu espírito. Achava que só escaparia de seu contágio, conversando com elas, o homem que fosse bem provado, capaz de, conforme a Escritura, andar no fogo sem queimar os pés. Para dar se expressar concretamente, apresentava-se ele mesmo como exemplo de toda virtude. Pois as mulheres o perturbavam tanto que não se podia dizer que fazia isso por precaução ou para dar exemplo, mas realmente porque tinha medo e ficava horrorizado. Quando sua importuna loquacidade o assaltava com eu falatório, invocava o silêncio falando com brevidade e humildade e baixando os olhos. Outras vezes voltava os olhos para o céu, parecendo trazer de lá as palavras que respondia às resmungadoras da terra. Dirigia, entretanto, palavras admiráveis, embora breves, àquelas em quem a devoção tinha feito a morada da sabedoria. Quando conversava com uma mulher falava o que tinha a dizer em voz alta, para poder ser ouvido por todos. Uma vez disse a seu companheiro: “Confesso-te a verdade, meu caro, não reconheceria nenhuma pelo rosto, a não ser duas. Conheço a fisionomia desta e daquela, de mais nenhuma”. Ótimo, pai, porque o rosto delas não santifica ninguém! Ótimo, porque o lucro é nenhum, mas o prejuízo, mesmo de tempo, é enorme! Elas só servem de estorvo aos que querem seguir o caminho árduo da santidade e contemplar a face radiante de beleza. Verberava os que não tinham olhos castos com este enigma: “Um rei poderoso enviou à rainha, um após outro, dois mensageiros. …

Para louvor de Nosso Senhor Jesus Cristo Amém. (Continua na próxima edição – Programa Francisco Instrumento da Paz). Paz e Bem.

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