FUTEBOL FEMININO
Jéssica Scalada, bandeirantense de 22 anos

O futebol que sempre foi encarado como algo masculino, isso em todos os seus aspectos (desde torcidas em estádios, conversas, arbitragem, atletas, treinadores, comentaristas esportivos), porém, nos últimos anos, tem se destacado e sendo dominado pelo público feminino. Entretanto, ainda há muitos desafios e barreiras a serem superadas e conquistadas.

Para relatar um pouco sobre esse universo, a estudante do curso de Letras da UENP (Universidade Estadual do Norte do Paraná), Carla Caroline Diniz, que também faz curso de jornalismo esportivo online, conversou com Jéssica Scalada, bandeirantense de 22 anos que é coach da Ronaldinho Soccer Academy, da Ong Play Easy Soccer School e da Crossfussball. Todas escolas esportivas que se localizam em Bandeirantes.

A trajetória de Jéssica Scalada com o futebol começou desde muito cedo, entre 6, 7 anos de idade, isto porque sempre brincava de bola na rua com os meninos, mas foi a partir dos 12 anos que ela começou a participar de competições municipais e regionais. Aos 15 anos, com seu bom futebol, Jéssica foi indicada por uma amiga e teve a oportunidade de ingressar num time da cidade de Palmital. Lá, ela participou de dois campeonatos. “Com a equipe de Palmital tive a felicidade de participar de dois campeonatos, dentre eles, a Copinha São Paulo, o qual ficamos em segundo lugar; e o outro foi a Copa Record, porém fomos eliminados nas chaves iniciais, contudo foi um campeonato muito grande e de relevância para mim. Foi muito legal e a partir daí eu consegui ter maiores oportunidades”, relatou Jéssica.    

A jogadora explica que momentaneamente não está atuando em campo, isto porque sofreu uma lesão no joelho enquanto atuava pelo time do Palmital na Copa Record. “Tive que passar por duas cirurgias no joelho e estou tendo que me recuperar agora. Estou fazendo fortalecimento, faço fisioterapia e pretendo voltar jogar, nunca pensei em parar totalmente”, afirmou e ressaltou que, apesar das circunstâncias, Jéssica nunca deixou o futebol de lado. Atualmente ela é coach em uma escola de futebol, onde ela tem projetos em desenvolvimento tanto no futebol feminino quanto no masculino e se vê totalmente engajada nesta área.

RECORDAR  – A coach aproveitou para relembrar um pouco sobre sua época de atleta no Colégio Estadual Cyriaco Russo. Jéssica conta que havia uma equipe formada e esse mesmo time ganhava todas as competições. “Só que não conseguíamos treinar juntas. Então, ganhávamos tudo e todos os jogos sem treinar mesmo. A gente não treinava juntas porque não tinha campo para treinamento feminino, não tinha horário. Então, se a gente quisesse treinar, tínhamos que jogar junto com os meninos, porque eles tinham um horário à tarde na escola”, contou.

PAÍS DO FUTEBOL – No famoso ‘País do futebol’ não dá para acreditar que as mulheres já foram proibidas de jogar bola e, apesar de isto não mais ocorrer, o futebol feminino ainda enfrenta algumas dificuldades  para se desenvolver. Segundo Jéssica, a maior dificuldade é a falta de apoio. “A questão da visibilidade é um exemplo. A gente não tem isso. Começamos a ter agora, mas se tivesse desde lá no início, a gente já estava totalmente desenvolvido”, pontuou a jogadora. Ela reconhece que o futebol feminino ainda enfrenta muitas dificuldades, mas também expressa um futuro otimista para a modalidade. “Tenho quase certeza que a gente vai alcançar  – visibilidade -, vai ser muito legal e vai deslanchar, vai ferver, e eu como amante do futebol que sou, fico aqui no aguardo, torcendo para que aconteça mesmo, porque é o que a gente precisa”, confia.

PELO FACEBOOK – Depois da Copa do Mundo Feminino na França ano passado, o futebol feminino evoluiu em alguns aspectos. Todavia, há muito a avançar ainda, sendo que todos poderiam contribuir com o crescimento dessa modalidade, como por exemplo, prestigiar o Campeonato Paulista Feminino. O campeonato, inclusive está sendo realizado desde o começo de outubro com transmissão  via Facebook. Vale a pena conferir os jogos e apoiar as meninas do futebol. (Por Carla Caroline Diniz)

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