Franciscologia

Paz e Bem, meu amigo e irmão, vamos continuar falando sobre São Francisco de Assis. Agora o SEGUNDO LIVRO de Tomás de Celano. Contra a vanglória e a hipocrisia.

Então o santo começava a suspirar sem parar, gemendo muito, e logo, esquecido do que tinha nas mãos, era arrebatado ao céu. Uma vez viu um de seus companheiros com semblante aborrecido e triste e, sem conseguir suportá-lo, disse-lhe: “Um servo de Deus não deve mostrar-se triste e atormentado, mas sempre sereno. Resolve teus problemas em tua cela, chora e geme na frente do teu Deus. Quando voltares para junto dos irmãos, deixa de lado o aborrecimento e trata de te comportares como um deles”. E acrescentou, um pouco depois: “Os inimigos da salvação humana me odeiam bastante e estão sempre procurando perturbar meus companheiros porque não o conseguem comigo”. Gostava tanto de ver as pessoas cheias de alegria espiritual que em certo capítulo mandou escrever estas palavras de exortação para todos: “Cuidem os frades de nunca se mostrar mal-humorados e hipocritamente tristes. Mostrem-se jubilosos no Senhor, alegres e felizes, simpáticos como convém”. Uma vez, o santo também disse: “Devemos cuidar discretamente do irmão corpo, para que não levante a tempestade da tristeza. Para que não se enjoe de vigiar e possa perseverar devotamente em oração, tiremos-lhe as oportunidades de se queixar: Pois diria: ‘Estou morrendo de fome, não aguento o peso de teu exercício’. Mas, se vier com essas queixas depois de ter devorado uma ração suficiente, podeis saber que o jumento vagabundo está precisando de esporas, e que o burrinho empacado está esperando chicote”. Só neste ponto o santíssimo Pai foi incoerente entre o que disse e o que fez. Porque submeteu seu corpo inocente com pancadas e privações, multiplicando seus ferimentos sem necessidade. Porque o ardor de seu espírito já tinha tornado tão leve seu corpo que, quanto mais sua alma tinha sede de Deus, maior era a mesma sede também em sua carne santificada. Tendo abraçado a alegria do espírito, evitava cuidadosamente a que é falsa, porque sabia que se deve querer com fervor o que aperfeiçoa, e fugir com vigilância ainda maior daquilo que prejudica. Tratava de destruir em seu germe toda glória vazia, não deixando sobreviver um só momento qualquer coisa que pudesse ofender os olhos de seu Senhor. Muito frequentemente, quando o cobriam de elogios, sofria e até gemia, ficando muito triste. Num dia de inverno em que o santo, para cobrir seu pobre corpo, não tinha mais do que uma túnica remendada com trapos miseráveis, seu guardião, que também era seu companheiro, comprou uma pele de raposa e lhe deu, dizendo: “Pai, estás doente do baço e do estômago. Eu te peço por teu amor ao Senhor que me deixes costurar este couro embaixo de tua túnica. Se não o quiseres inteiro, pelo menos permite colocar um pedaço em cima do estômago”. O bem-aventurado Francisco respondeu: “Se queres que eu aguente isso por baixo da túnica, manda pregar um remendo do mesmo tamanho pelo lado de fora, para mostrar que há uma pele escondida lá dentro”. …

Para louvor de Nosso Senhor Jesus Cristo Amém. (Continua na próxima edição – Programa Francisco Instrumento da Paz). Paz e Bem.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui