Paz e Bem, meu amigo e irmão, vamos continuar falando sobre São Francisco de Assis. Agora o SEGUNDO LIVRO de Tomás de Celano. Sobre os ministros provinciais.
“Gostaria que tivesse companheiros dotados de honestidade, que, como ele, dessem exemplo de todas as coisas boas: rígidos contra os prazeres, fortes diante das angústias, mas também devidamente afáveis, para receberem com santa alegria todos os que chegarem”. “Assim deveria ser o ministro geral da Ordem”, concluiu. O feliz pai queria que todos os ministros provinciais tivessem essas mesmas qualidades, embora devam brilhar de maneira especial no ministro geral. Queria que fossem afáveis com os menores e tão bondosos que os delinquentes não temessem entregar-se à sua clemência. Queria que fossem moderados nos preceitos, compassivos nas ofensas, mais dispostos a suportar que a devolver injúrias, inimigos dos vícios e médicos dos viciosos. Numa palavra, queria que sua vida fosse para os outros um espelho da disciplina. Mas também queria que todos os respeitassem e amassem, porque carregam o peso das solicitudes e dos trabalhos. E afirmava que seriam dignos dos maiores prêmios diante de Deus os que governassem as almas a eles confiadas dessa forma e de acordo com essas normas. A um frade que lhe perguntou, uma vez, por que tinha deixado o cuidado de todos os irmãos entregando-os a outrem, como se nada tivessem a ver com ele, disse: “Filho, amo os frades como posso. Mas haveria de amá-los mais ainda se seguissem meus vestígios, e não me alhearia deles. Porque há alguns prelados que os conduzem por outros caminhos, propondo-lhes exemplos dos antigos e fazendo pouco de meus avisos. Mas depois vão aparecer os resultados do que estão fazendo”. Pouco depois, como estivesse muito doente, endireitou-se na cama pela veemência do espírito e disse: “Quem são esses que arrebataram de minhas mãos a religião que é minha e dos frades? Se eu for ao capítulo geral, vou mostrar-lhes qual é a minha vontade”. O frade acrescentou: “Será que também não vais mudar os ministros provinciais que há tanto tempo abusam da liberdade?” Gemendo, o pai deu esta terrível resposta: “Vivam como quiserem: é preferível o mal de poucos que a perdição de muitos!” Não se referia a todos, mas a alguns, que pela longa permanência, pareciam reivindicar a prelatura como uma herança. O que mais recomendava a todo tipo de prelados regulares era isto: não mudar os costumes a não ser para melhor, não se comprometer com favores, não exercer um poder, mas cumprir um encargo. A santa simplicidade, filha da graça, irmã da sabedoria, mãe da justiça, era o ideal a que desejava chegar o santo e a virtude que mais apreciava-nos outros. Mas não aprovava qualquer simplicidade: apenas aquela que, contente com o seu Deus, despreza todas as outras coisas. É aquela que se gloria no temor de Deus, que não sabe fazer nem dizer mal. Aquela que examina a si mesma e não condena ninguém, que entrega o devido comando ao melhor e não deseja mandar em ninguém. É aquela que não acha que as melhores glórias são as da Grécia e por isso prefere fazer e não aprender ou ensinar. …
Para louvor de Nosso Senhor Jesus Cristo Amém. (Continua na próxima edição – Programa Francisco Instrumento da Paz). Paz e Bem.