Franciscologia

Paz e Bem, meu amigo e irmão, vamos continuar falando sobre São Francisco de Assis. Agora o SEGUNDO LIVRO de Tomás de Celano. Como queria que os grandes clérigos vindos à Ordem se desapropriassem.

Nela os sábios aproveitam o que é dos simples, vendo que os ignorantes buscam as coisas do céu com inflamado vigor e que os não instruídos pelo homem aprenderam pelo Espírito a saborear as coisas espirituais. Nela também os simples aproveitam o que é dos sábios, porque vêem que nela convivem com eles homens preclaros, que poderiam viver gloriosos no século. “É isso que faz brilhar a beleza desta bem-aventurada família, cuja variedade tanto agrada ao Pai de família”. Quando cortava o cabelo, muitas vezes São Francisco dizia ao barbeiro: “Cuidado para não me fazeres uma coroa grande! Quero que meus irmãos simples tenham uma parte em minha cabeça”. Queria, justamente, que a Ordem fosse a mesma tanto para os pobres e os iletrados como para os ricos e os sábios. Dizia: “Diante de Deus não há acepção de pessoas (cfr. Rm 2,11), e o ministro geral da religião, que é o Espírito Santo, pousa do mesmo jeito sobre o pobre e o simples”. Certamente quis pôr essas palavras na Regra, mas a bulação já feita o impediu. Certa vez, disse que um homem de grande cultura deveria resignar, de certa forma, até à ciência, quando entrava na Ordem, para que, despojado dessa posse, se oferecesse despido aos braços do Crucificado. “A ciência – dizia – torna muitas pessoas indóceis, fazendo com que alguma coisa rígida nelas resista aos ensinamentos humildes. Por isso gostaria que o homem letrado começasse por me oferecer esta prece: ‘Irmão, vivi muito tempo no século e não conheci de verdade o meu Deus. Peço que me concedas um lugar afastado do barulho do mundo, para que possa rever meus anos na dor, para que recorde as dispersões de meu coração e me reforme para o que é melhor’. “Que pensais que vai acontecer com quem começar desse jeito? Como um leão solto, sairá com força para tudo, e a boa seiva que hauriu no começo continuará a se desenvolver para o seu proveito. Este é que seria o mais indicado para o verdadeiro ministério da palavra, porque haveria de derramar do que estivesse fervendo dentro dele”. Que ensinamento verdadeiramente piedoso! Que é tão necessário para quem vem da região das dissimulações que limpar e enxugar com exercícios de humildade os afetos seculares que andou ajuntando e arraigando em si mesmo durante tanto tempo? Quem quer que entre nessa escola de perfeição bem depressa alcançará a santidade. Sofria quando a ciência era procurada com desprezo da virtude, principalmente se não permanecia cada um na vocação a que tinha sido chamado desde o começo. Dizia: “Os meus irmãos que se deixam arrastar pela curiosidade da ciência vão se encontrar de mãos vazias no dia da retribuição. Gostaria que se reforçassem mais com virtudes para que, vindo os tempos de tribulação, tivessem o Senhor consigo na angústia. Porque virá uma tribulação em que os livros não vão servir para nada, e serão jogados nas janelas e nos desvãos”. …

Para louvor de Nosso Senhor Jesus Cristo Amém. (Continua na próxima edição – Programa Francisco Instrumento da Paz). Paz e Bem.

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