Franciscologia

Paz e Bem, meu amigo e irmão, vamos continuar falando sobre São Francisco de Assis. Agora o SEGUNDO LIVRO de Tomás de Celano. Sobre a devoção ao Natal do Senhor e como queria que todos fossem servidos nessa ocasião.

Ó advogada dos pobres, cumpre conosco o teu ofício protetor por todo o tempo que foi predeterminado pelo Pai! (cfr. Gl 4,2). Celebrava com incrível alegria, mais que todas as outras solenidades, o Natal do Menino Jesus, pois afirmava que era a festa das festas, em que Deus, feito um menino pobrezinho, dependeu de peitos humanos. Lambia como um esfomeado as imagens desses membros infantis, e a derretida compaixão que tinha no coração pelo Menino faziam até com que balbuciasse doces palavras como uma criancinha. Para ele, esse nome era como um favo de mel (cfr. Pr 16,24) na boca. Certa vez em que os frades discutiam se podiam comer carne porque era uma sexta-feira, disse a Frei Morico: “Irmão, cometes um pecado chamando de sexta-feira (dia de Vênus) o dia em que o Menino nasceu para nós. Quero que nesse dia até as paredes comam carne. Se não podem, pelo menos sejam esfregadas com carne pelo menos por fora!” Queria que, nesse dia, os pobres e os esfomeados fossem saciados pelos ricos, e que se concedesse uma ração maior e mais feno para os bois e os burros. Até disse: “Se eu pudesse falar com o imperador, pediria que promulgasse esta lei geral: que todos que puderem joguem pelas ruas trigo e grãos, para que nesse dia tão solene tenham abundância até os passarinhos, e principalmente as irmãs cotovias”. Não podia recordar sem chorar toda a penúria de que esteve cercada nesse dia a pobrezinha da Virgem. Num dia em que estava sentado a almoçar, um dos frades lembrou a pobreza da Virgem bem-aventurada e as privações de Cristo seu Filho. Ele se levantou imediatamente da mesa, soltou dolorosos soluços e comeu o resto de pão no chão nu, banhado em lágrimas. Dizia que a pobreza era uma virtude real, pois brilhava de maneira tão significativa no Rei e na Rainha. Quando os frades lhe perguntaram, em uma reunião, que virtude mais faz de alguém um amigo de Cristo, respondeu como quem contava um segredo de seu coração: “Ficai sabendo, filhos, que a pobreza é o caminho especial da salvação, que seu fruto é múltiplo e conhecidíssimo por poucos”. Ardia com o fervor do mais profundo de todo o seu ser para com o sacramento do Corpo do Senhor, pois ficava absolutamente estupefato diante de tão amável condescendência e de tão digna caridade. Achava que era um desprezo muito grande não assistir pelo menos a uma missa cada dia, se pudesse. Comungava com frequência e com tamanha devoção que tornava devotos também os outros. Como tinha toda reverência para com aquilo que se deve reverenciar, oferecia o sacrifício de todos os seus membros e, ao receber o Cordeiro imolado, imolava o seu espírito com aquele fogo que sempre ardia no altar de seu coração. Por isso amava o Corpo do Senhor, e nela desejava morrer por seu amor aos sagrados mistérios. …

Para louvor de Nosso Senhor Jesus Cristo Amém. (Continua na próxima edição – Programa Francisco Instrumento da Paz). Paz e Bem.

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