O pesquisador da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária)/Pecuária Sudeste, Artur Chinelato de Camargo, esteve em Bandeirantes na noite de segunda-feira (17) realizando palestra sobre o projeto ‘Balde Cheio’, programa de capacitação técnica direcionada para o setor leiteiro. O evento reuniu acadêmicos do curso de Medicina Veterinária da UENP (Universidade Estadual do Norte do Paraná) /Campus Luiz Meneghel, professores, profissionais e demais convidados.
O professor doutor Francisco Armando de A. Souza, da disciplina de Semiologia Veterinária e Equinocultura do curso de Medicina Veterinária, acredita que devido a potencialidade local e regional da pecuária leiteira, a palestra do pesquisador oportuniza a ampliação dos conhecimentos e informações sobre o projeto ‘Balde Cheio’, que visa a capacitação continuada de técnicos extensionistas de nível médio ou superior, do setor público ou privado, na promoção do desenvolvimento sustentável da pecuária leiteira via transferência de tecnologia.
Pioneiro na implantação da metodologia de capacitação, um dos coordenadores e intrutor do ‘Balde Cheio’ (que este ano completa 20 anos em desenvolvimento pelo Brasil), Camargo explicou que o projeto tem um histórico de conquistas, superação e sucesso, relacionado ao aumento da produtividade, rentabilidade, qualidade de vida, autoestima do produtor e no fortalecimento do papel do técnico frente ao desenvolvimento da bovinocultura leiteira em sistema intensivo. O projeto está distribuído em oito estados brasileiros e em mais de 1.400 propriedades leiteiras. “O foco do projeto é capacitar profissionais da assistência técnica, extensão rural e pecuaristas em técnicas, práticas e processos agrícolas, zootécnicos, gerenciais e ambientais. A matéria-prima deste projeto são os técnicos, sem eles não há como ampliar muito mais o projeto”, explicou e reforçou que os trabalhos não são de assistência técnica e, sim, de capacitação dos técnicos, utilizando pequenas propriedades produtoras de leite – de base familiar – como ‘sala de aula’, onde se colocam em prática as tecnologias adaptadas à realidade de cada produtor e à região. Um instrutor treinado pela metodologia ‘Balde Cheio’ capacita os técnicos e estes, por sua vez, passam a atuar junto aos produtores como agentes de transferência de tecnologia, fornecendo orientações sobre manejo intensivo de pastagens, manejo reprodutivo, manejo sanitário, balanceamento de dieta, gestão da propriedade, dentre outros aspectos inerentes à atividade leiteira. “A menor propriedade que o projeto trabalha está localizada na cidade de Valença, no Rio de Janeiro, que possui meio hectare de tamanho e já chegou este ano a produzir 150 litros de leite por dia”, relatou.
Segundo Artur Camargo, o projeto ‘Balde Cheio’ já teve atuação no Estado do Paraná e desde 2012 está sem parceiros. “Entretanto, queremos retomar parcerias com o Paraná”, projetou.