Paz e Bem, meu amigo e irmão, vamos continuar falando sobre São Francisco de Assis. Agora o TRATADO DOS MILAGRES de Tomás de Celano. Sobre os mortos ressuscitados pelos méritos do bem-aventurado Francisco.
Mas as pessoas que estavam por lá, quando viram o jovem morto, choravam e gritavam: “São Francisco, devolve o menino ao seu pai!”. Ele mesmo, e alguns judeus que apareceram provocados pela piedade natural, diziam: “São Francisco, devolve o menino a seu pai!”. O bem-aventurado Francisco, como se vê pelo que aconteceu, movido pela devoção e pelas preces do povo ressuscitou imediatamente o menino morto. Quando ele se levantou, para alegria e admiração de todos, pediu suplicantemente que o levassem à igreja de São Francisco, afirmando que tinha sido ressuscitado por graça dele. Na cidade de Sessa, no bairro chamado “das Colunas”, o diabo, perdedor das almas e assassino dos corpos, derrubou uma casa, desmoronando-a. Tinha tentado matar muitos meninos que estavam brincando perto dessa casa, mas só atingiu um jovem, que a casa matou na hora quando caiu. Homens e mulheres, alertados pelo barulho da casa caindo, correram de todo lado e, tirando aqui e ali algumas vigas, entregaram o filho morto à pobre mãe. Ela, arranhando o rosto e os cabelos, soluçando com muita amargura, derramando lágrimas como rios, gritava quanto podia: “São Francisco, São Francisco, devolve o meu filho!”. Não só ela, mas todos os presentes, homens e mulheres, choravam amargamente, dizendo: “São Francisco, devolve o filho da infeliz mãe!”. Depois de uma hora, a mãe, recuperando-se de tamanha dor, fez este voto: “Ó São Francisco, devolve a esta pobre o seu filho amado e eu vou enfeitar teu altar com um fio de prata e cobrir com uma toalha nova, acendendo velas em toda a volta da tua igreja!”. Puseram o cadáver na cama, porque já era noite, e esperaram o dia seguinte para sepultá-lo. Mas lá pela meia noite o menino começou a bocejar, seus membros se aqueceram e, antes de amanhecer o dia, reviveu de uma vez e prorrompeu em louvores. Todo o povo e o clero, vendo que ele estava curado e incólume, deram graças a São Francisco. Na Sicília, um rapaz chamado Gerlandino, originário de Ragusa, foi trabalhar com os pais na vinha, no tempo da vindima. Tinha descido à tina do vinho, para encher os odres, e se colocou embaixo do lagar quando, de repente, movendo-se as vigas da estrutura, as grandes pedras com que se espremiam as uvas esmagaram sua cabeça com uma pancada mortal. O pai correu para o filho e, tomado pelo desespero, não ajudava a remover o peso, deixando-o como tinha caído. Vieram depressa os vinhateiros, quando ouviram os enormes gritos tristes, e, com pena do pobre pai, tiraram o filho dos escombros. Pondo-o à parte, envolveram o corpo exânime e só pensavam em sepultá-lo. Mas o pai dele lançou-se de joelhos aos pés de Jesus, para que se dignasse, pelos méritos de São Francisco, cuja festa estava próxima, restituir-lhe o filho único. Reduplicou as preces, fez voto de obras de piedade, e prometeu visitar logo que possível o túmulo do santo. …
Para louvor de Nosso Senhor Jesus Cristo Amém. (Continua na próxima edição – Programa Francisco Instrumento da Paz). Paz e Bem.