Paz e Bem, meu amigo e irmão, vamos continuar falando sobre São Francisco de Assis. Agora o TRATADO DOS MILAGRES de Tomás de Celano. Sobre as pessoas que ele libertou da boca da morte.
Reduplicou as preces, fez voto de obras de piedade, e prometeu visitar logo que possível o túmulo do santo. Nesse meio tempo veio a mãe, à tarde, e, desesperada, jogou-se sobre o filho morto, chorando e levando todos a chorar. De repente o jovem se levantou e admoestou os que estavam chorando, alegre por ter sido devolvido à vida graças à ajuda de São Francisco. Então as pessoas que estavam reunidas elevaram louvores ao que está nos céus, que por seu santo livrou o jovem do laço da morte. O santo ressuscitou mais um morto na Alemanha, como foi testemunhado numa carta apostólica pelo senhor Papa Gregório, no tempo da translação de São Francisco, aos frades que tinham vindo para essa cerimônia e para o capítulo, do que muito se alegraram. Não escrevi a narração desse fato porque não o conhecia, mas acho que o testemunho do papa é melhor que qualquer outro meio. Mas agora vamos passar a outros, que ele arrancou das próprias garras da morte. Em Roma, um cidadão nobre, chamado Rodolfo, tinha uma torre bastante alta e, em cima da torre, conforme o uso, um guarda. Uma noite o guarda dormiu profundamente lá no alto da torre e, como estava deitado numa armação de madeira posta bem na parte saliente da torre, ou porque se soltou a amarra de repente ou porque se quebrou lá em cima, ele foi jogado com os paus no precipício, caiu no teto do palácio, e daí chegou ao chão. Com o forte ruído, toda a família acordou e o cavaleiro, suspeitando algum assalto, apareceu armado. Vibrou a espada desembainhada sobre o homem prostrado, querendo ferir um adormecido, sem reconhecer que era o guarda. Mas a esposa do cavaleiro, temendo que fosse seu irmão, que era inimigo de morte daquele homem, não o deixou feri-lo, jogando-se sobre o caído para defende-lo. Que admirável aquele sono profundo! O adormecido não acordou nem com os dois tombos nem com o enorme ruído. Finalmente, sacudido por uma mão solicita, acordou e como se o estivessem tirando de um doce descanso, disse a seu senhor: “Por que estais perturbando o meu sono? Nunca descansei tão suavemente, pois estava dormindo bem gostoso nos braços de São Francisco”. Quando foi informado pelos outros sobre a queda, e se viu embaixo quando adormecera lá no alto, espantou-se de não ter percebido nada. Logo prometeu diante de todos que faria penitência e, recebendo a licença de seu senhor, fez uma peregrinação. A senhora fez um bonito paramento sacerdotal que deu aos frades que moravam em sua aldeia fora de Roma, para reverenciar e honrar o santo. As Escrituras exaltam o mérito da hospitalidade, e os exemplos o provam. De fato, o referido senhor, por reverência a São Francisco, recebera naquela noite dois frades menores, que também correram com os outros quando o criado caiu. Na aldeia de Pofi, na Campânia, um sacerdote chamado Tomás foi com diversos homens consertar um moinho de sua igreja. Mas abaixo do moinho havia uma garganta profunda, onde escorria um canal bastante caudaloso. …
Para louvor de Nosso Senhor Jesus Cristo Amém. (Continua na próxima edição – Programa Francisco Instrumento da Paz). Paz e Bem.