Paz e Bem, meu amigo e irmão, vamos continuar falando sobre São Francisco de Assis. Agora o TRATADO DOS MILAGRES de Tomás de Celano. Encarcerados e presos.
Alguns marinheiros de Ancona, colhidos por forte tempestade, já se viam no perigo de afundar. Mas, sem esperança de sobreviver, invocaram suplicantes a São Francisco e apareceu uma grande luz no mar, trazendo com ela uma tranquilidade concedida por Deus. Ofereceram então como voto um nobre pálio e agradeceram muito a seu libertador. Um frade chamado Boaventura navegava em um lago com dois homens, quando se partiu uma parte da barca e eles afundaram com a força da água que entrou. Como invocaram lá do fundo do lago a Francisco, de repente a barca cheia de água chegou com eles ao porto. Da mesma forma, pelos méritos de São Francisco foi libertado um frade de Áscoli que tinha afundado em um rio. Um pisano da paróquia de São Cosme e Damião confirmou com uma declaração que, estando num barco no mar com muitos outros, levada por uma tempestade violenta a embarcação estava para se arrebentar em um monte. Vendo isso, os marinheiros construíram uma jangada com os mastros e tábuas, e passaram para ela com os outros buscando refúgio. Mas o referido pisano, não conseguindo equilibrar-se bem na jangada, foi atingido por uma onda forte e jogado no mar. Como não sabia nadar nem podia ser ajudado pelos outros, foi parar desesperadamente no fundo do mar. Não conseguindo falar, encomendou-se devotamente no coração a São Francisco e, de repente, foi levantado do fundo do mar por uma mão e levado de volta para a jangada, salvando-se do naufrágio com os outros. Mas o navio bateu no monte e ficou todo destruído. Na România, aconteceu que um grego, servo de certo senhor, foi falsamente acusado de furto. O príncipe da região mandou que fosse preso em um cárcere apertado e pesadamente acorrentado e, depois, como sentença definitiva, ainda tinha que ter o pé cortado. Sua esposa intercedeu solicitamente junto ao senhor para libertá-lo, mas a dureza obstinada do homem não cedeu aos pedidos. Então a senhora recorreu suplicante a São Francisco, recomendando o inocente à sua piedade com um voto. Apresentou-se logo o auxiliador dos infelizes, tomou nas mãos o homem posto no cárcere, soltou as correntes, quebrou a porta e levou o inocente para fora: “Eu sou”, disse, “a quem tua senhora confiou devotamente”. Como o prisioneiro estava muito aterrorizado e dava voltas para descer do altíssimo precipício, de repente, sem saber como, viu-se no chão; voltou logo para sua senhora e contou como foi o milagre. Logo ela mandou fazer, de acordo com o voto, uma imagem de cera que pendurou junto do quadro do santo para ser vista por todos. Mas o marido iníquo ficou perturbado por causa disso, e tendo batido na mulher, foi atacado gravemente por uma doença, da qual não conseguiu absolutamente libertar-se enquanto não confessou a culpa, prestando devotos louvores a Francisco, santo de Deus. Em Massa de São Pedro, um pobrezinho devia uma quantia de dinheiro a um cavaleiro; como não pudesse pagar, pela miséria, foi aprisionado por seu credor, que o cobrava. …
Para louvor de Nosso Senhor Jesus Cristo Amém. (Continua na próxima edição – Programa Francisco Instrumento da Paz). Paz e Bem.