Motoristas fecharam a PR 092 em Wenceslau Braz

Desde esta terça-feira (07) que algumas localidades estão bloqueadas

Regiane Romão

Caminhoneiros de três estados brasileiros, Paraná, Santa Catarina e Espírito Santo fizeram bloqueios em vários trechos pelas rodovias. O movimento é formado por motoristas independentes e não teve apoio das lideranças da categoria.

No Norte Pioneiro, caminhoneiros paralisaram na manhã dessa quarta-feira (08) trechos da PR-092 em Wenceslau Braz. Já em Santo Antônio da Platina o trecho que está fechado fica na BR 153 (próximo ao Auto Posto Platina) e a paralisação começou na terça-feira (07). Os caminhoneiros que bloquearam a PR-092 só estão liberando a passagem de veículos carregados com ração, nem mesmo carros de passeios estão podendo trafegar.

A CNTA (Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos) afirmou em nota que a eventual participação de um caminhoneiro associado à entidade no dia 7 de setembro representará “a vontade individual desse cidadão brasileiro”, mas que os atos agendados para o dia da Independência do Brasil não refletem nenhuma reivindicação específica relacionada à atividade do caminhoneiro autônomo.

Não se sabe ao certo o motivo dos bloqueios, e nem se sabe se esses motoristas apoiam ou não o presidente, Jair Bolsonaro.

GREVE DOS CAMINHONEIROS EM 2018 – A greve dos caminhoneiros no Brasil em 2018, também chamada de Crise do Diesel, foi uma paralisação de caminhoneiros autônomos com extensão nacional iniciada no dia 21 de maio, durante o governo de Michel Temer, e terminou oficialmente no dia 30 de maio, com a intervenção de forças do Exército Brasileiro e Polícia Rodoviária Federal para desbloquear as rodovias. Algumas tentativas de continuidade do movimento ainda ocorreram, como a liderada no Distrito Federal pelo caminhoneiro Wallace Landim, alcunhado de “Chorão”, mas não tiveram adesão. Os grevistas se manifestaram contra os reajustes frequentes e sem previsibilidade mínima nos preços dos combustíveis, principalmente do óleo diesel, realizados pela estatal Petrobras com frequência diária, pelo fim da cobrança de pedágio por eixo suspenso e pelo fim do PIS/COFINS sobre o diesel. O preço dos combustíveis vinha aumentando desde 2017 e sua tributação representa 45% do preço final, sendo 16% referente ao PIS/COFINS, de competência da União.

A paralisação e os bloqueios de rodovias em 24 estados e no Distrito Federal causaram a indisponibilidade de alimentos e remédios ao redor do país, escassez e alta de preços da gasolina, com longas filas para abastecer. Além disso, várias aulas e provas foram suspensas, a frota de ônibus foi reduzida, e voos foram cancelados em várias cidades.

A greve e suas repercussões receberam cobertura internacional pela imprensa e dos principais jornais do país. A Anistia Internacional classificou o uso das forças armadas para desbloquear as rodovias como “extremamente preocupante”. O ministro da segurança pública, Raul Jungmann, afirmou que o governo investigava a prática de locaute, negada pelos grevistas. No Senado, houve protesto, enquanto centrais sindicais, partidos políticos, e pré-candidatos às eleições presidenciais posicionaram-se a respeito da greve, alguns expressando apoio aos grevistas. Já o ex-ministro Henrique Meirelles afirmou que há um componente político-ideológico no movimento dos caminhoneiros.

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