Paz e Bem, meu amigo e irmão, vamos continuar falando sobre São Francisco de Assis. Agora o TRATADO DOS MILAGRES de Tomás de Celano. Sobre os cegos, surdos e mudos.
Quando ela entrou na igreja de São Francisco, pedindo a ajuda dele de todo coração, vomitou na mesma hora uma massa de carne, na frente de todos, e ficou admiravelmente livre. Na diocese de Arezzo uma mulher que estava muda já havia sete anos dirigia-se continuamente aos ouvidos de Deus, pedindo que ele lhe devolvesse a fala. Quando estava dormindo, apareceram dois frades vestidos de vermelho e a exortaram suavemente a consagrar-se a São Francisco. Ela obedeceu de boa vontade, fez o voto no coração, porque não podia falar, e logo, acordou do sono e recuperou a fala. Um juiz, chamado Alexandre, tinha falado mal dos milagres de São Francisco e, para admiração de todos, ficou por mais de seis anos privado da fala. Castigado pelo pecado que cometera, ficou muito arrependido e se condoía de ter falado contra os milagres do santo. Então não perdurou a indignação do santo, mas restituiu a fala aos que se arrependera e pedira perdão humildemente, e o recebeu em sua graça. Desde então consagrou a língua blasfema aos louvores do santo Pai, ficando muito mais devoto por causa do castigo. Já que falamos de um blasfemo, lembro outra coisa boa de contar. Um cavaleiro chamado Gineldo, de Borgo, na província de Massa, falava muito mal das obras e milagres de São Francisco. Dirigia muito opróbrios aos peregrinos que vinham recordá-lo e gritava contra os frades. Um dia, estava jogando dados e, cheia de doidice e incredulidade, disse aos que estavam com ele: “Se Francisco é santo, quero fazer 18 pontos nos dados! ”. Logo apareceram três números seis nos dados, e o mesmo aconteceu nove vezes que jogou os dados. O doido não se contentou, juntou mais um pecado ao pecado e continuou a blasfemar: “Se é verdade que Francisco é esse santo, que caia uma espada hoje no meu corpo: se ele não for santo, vou sair incólume! ”. Não tardou a ira de Deus, e pelo juízo divino sua oração se lhe imputada como pecado. Acabado o jogo, como ofendeu um sobrinho, o rapaz pegou uma espada e a cravou nas vísceras do tio. O celerado morreu naquele mesmo dia, tornando-se escravo do inferno e filho das trevas. Os blasfemos devem temer, e não pensem que as palavras voam com o vento ou que falta quem castigue as injúrias feitas aos santos. Uma mulher, chamada Sibila, depois de ter sofrido por muitos anos de cegueira, foi levada ao sepulcro do santo, cega e triste. Recuperando a visão, voltou alegre e exultante para casa. Na aldeia de Vicalvi, da diocese de Sora, uma menina cega de nascimento foi levada pela mãe a um oratório de São Francisco, invocou o nome de Cristo e mereceu, pelo favor de São Francisco, obter a visão que nunca tivera. Na cidade de Arezzo, uma mulher que não enxergara durante sete anos recuperou a visão em uma igreja de São Francisco construída perto da cidade. Na mesma cidade, o filho de uma mulher pobre foi iluminado por São Francisco, a quem a mulher fizera um voto. Um cego de Spello reencontrou a visão perdida havia muito tempo junto do túmulo do sagrado corpo. …
Para louvor de Nosso Senhor Jesus Cristo Amém. (Continua na próxima edição – Programa Francisco Instrumento da Paz). Paz e Bem.