Paz e Bem, meu amigo e irmão, vamos continuar falando sobre São Francisco de Assis. Agora o TRATADO DOS MILAGRES de Tomás de Celano. Sobre leprosos e hemorrágicos.
Prometeu que todos os anos levaria a São Francisco uma vela do tamanho do rapaz. Assim que fez o voto, ele se levantou do lugar e ficou limpo da lepra. Um outro indivíduo, chamado Bom Homem, da cidade de Fano, paralítico e leproso, foi levado pelos pais à igreja de São Francisco e conseguiu a cura dos dois males. Uma mulher nobre, chamada Rogata, na diocese de Sora, sofria de um fluxo de sangue havia vinte e três anos. Ouvindo um menino cantar em língua vulgar os milagres que Deus fizera pelo bem-aventurado Francisco naqueles dias, comoveu-se com uma dor profunda, começou a chorar e a dizer dentro de si, com inflamada fé: “Ó beatíssimo Pai Francisco, em quem brilham tantos milagres, digna-te livrar-me destes sofrimentos! Ainda não fizeste um milagre tão grande”. Pois, por perder sangue demais, volta e meia parecia que ela ia morrer; e quando a hemorragia diminuía, o corpo inteiro inchava. Que mais? Depois de poucos dias, sentiu-se libertada pelos méritos do pai beatíssimo. Também o filho dela, chamado Mário, que tinha um braço encolhido, só com um voto ao santo de Deus ficou curado. Uma mulher da Sicília, cansada de uma hemorragia de sete anos, foi curada pelo bem-aventurado Francisco, porta-bandeira de Cristo. Pedro de Foligno, que tinha ido visitar certa vez o santuário de São Miguel, provando da água de uma fonte, pareceu que tinha bebido demônios. Ficou obsesso por três anos, machucado no corpo, dizendo coisas péssimas e querendo fazer coisas horrorosas. Finalmente, mal tocou com a mão o sepulcro do bem-aventurado pai e invocou sua ajuda humildemente, e já ficou maravilhosamente livre dos demônios que o haviam atormentado tão cruelmente. A uma mulher da cidade de Narni que tinha um demônio, mandou que fizesse o sinal da cruz. Como ela, perdida de mente, não soubesse absolutamente como fazer, o bem-aventurado pai fez-lhe o sinal da cruz e espantou todo o seu sofrimento diabólico. Na Marítima, uma mulher sofria de loucura fazia cinco anos, e ficou sem enxergar e sem escutar. Estraçalhava a roupa com os dentes, não tinha medo nenhum nem do fogo nem da água, e sofria ataques horríveis de epilepsia. Uma noite, dispondo a divina misericórdia que ela fosse poupada, teve um sono salutar. Pois viu o bem-aventurado Francisco sentado em um trono muito bonito, diante do qual estava prostrada pedindo suplicantemente a saúde. Como o santo não correspondia aos pedidos, a mulher fez um voto, prometendo que por seu amor, quanto pudesse, nunca iria negar uma esmola. O santo logo aceitou o voto, semelhante ao que ele fizera em seu tempo com Deus, e marcando-a com o sinal da cruz, restituiu-lhe toda a saúde. Em Nórcia, uma jovem sofria havia muito tempo um mal-estar: no fim, revelou-se que estava possessa do demônio. Pois muitas vezes rangia os dentes e feria a si mesma, não evitava os precipícios nem tinha medo de perigos. Perdeu a fala e o uso dos membros, não parecendo mais um ser racional. Seus pais, angustiados por sua descendência, levaram-na a Assis amarrada em uma maca em cima de um jumento. …
Para louvor de Nosso Senhor Jesus Cristo Amém. (Continua na próxima edição – Programa Francisco Instrumento da Paz). Paz e Bem.