Franciscologia

Paz e Bem, meu amigo e irmão, vamos continuar falando sobre São Francisco de Assis. Agora o TRATADO DOS MILAGRES de Tomás de Celano. Sobre contraídos e aleijados.

Saiu na mesma hora, e deixou a mulher incólume. No condado de Parma um homem teve um filho com o pé torto, isto é, com o calcanhar para frente e os dedos para trás. Ele era pobre, mas devoto de São Francisco. Queixava-se todos os dias com São Francisco por aquele filho nascido para a vergonha, sempre exagerando sua pobreza. Dando voltas à mente, achou que o pé do menino podia ser endireitado à força, se seus membros fossem amolecidos em um banho e, como a ama concordava com ele, estava disposto a fazê-lo. Mas, antes de tentar tamanha temeridade, quando tiraram as faixas, perceberam que o menino estava curado pelos méritos de São Francisco, como se nunca tivesse tido um defeito. Em Scoppito, perto de Amiterno, um homem e sua mulher, tendo um filho só, choravam-no como se fosse a vergonha da família. Pois não parecia gente e sim um monstro, por alguma perversão, porque tinha os membros anteriores virados para traz. Os braços estavam grudados no pescoço, as mãos juntas no peito e os pés encostados nas nádegas, parecendo uma bola, não um corpo. Por isso, mantinham-no afastado de parentes e vizinhos, para que não o vissem, cheios de dor e, mais ainda, de vergonha. Além disso, o marido, muito sofrido, criticava a mulher porque não tinha tido um filho como as outras, mas um monstro, que nem dava para comparar com os piores animais, e a atormentava dizendo que o juízo de Deus era por causa de alguma culpa dela. Ela, aflita pela dor e confusa pela vergonha, invocava Cristo gemendo e invocava a ajuda de São Francisco, para que se dignasse socorre-la, pois era infeliz nessa vergonha. Uma noite, enquanto estava adormecida, toda mergulhada nessa tristeza, apareceu-lhe São Francisco, consolando-a com palavras amáveis. Disse: “Levanta-te e leva o menino para um lugar próximo, dedicado ao meu nome, para lá dar-lhe um banho na água daquele poço. Logo que jogares daquela água sobre o menino, vai conseguir a saúde completa”. A mulher descuidou de cumprir a ordem do santo e ele apareceu mais uma vez, mas ela também não se importou com a insistência. Mas o santo, com dó de sua simplicidade, quis aumentar a misericórdia de um modo estupendo. Na terceira vez, apareceu-lhe acompanhado pela gloriosa Virgem e pelos santos Apóstolos, tomou-a com o menino e a colocou em um momento na frente da porta do referido lugar. Quando a aurora começou a surgir e toda aquela visão corporal desapareceu, a mulher, assustada e mais admirada do que se possa crer, bateu à porta. Causou nos frades uma grande admiração pela novidade do caso, esperando com toda confiança a cura do menino, já prometida três vezes. Chegaram depois, por devoção, algumas mulheres nobres daquele lugar, e ficaram muito admiradas do que ouviram. Logo tiraram água do poço e a mais nobre delas deu banho no menino com suas próprias mãos. Na mesma hora a criança ficou curada, com todos os membros no lugar, e a grandeza do milagre causou admiração em todos. …

Para louvor de Nosso Senhor Jesus Cristo Amém. (Continua na próxima edição – Programa Francisco Instrumento da Paz). Paz e Bem.

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