Paz e Bem, meu amigo e irmão, vamos falar de Santa Clara “Plantinha” do Pai Seráfico.
Como a notícia de sua bondade chegou a lugares remotos
Numerosas virgens, movidas pela fama de Clara, já procuravam viver regularmente na casa paterna, mesmo sem regra, enquanto não podiam abraçar a vida do claustro. Eram tais esses frutos de salvação dados à luz pela virgem Clara com seus exemplos, que nela parecia cumprir-se o dito profético: A abandonada tem mais filhos que a casada (cfr. Is 54,1). Entretanto, para não reduzir a estreitos limites o veio dessa bênção do céu que brotara no vale de Espoleto, a divina providência transformou-o em torrente, de modo que a força do rio alegrou a cidade (cfr. Sl 45,5) inteira da Igreja. A novidade de tais sucessos correu pelo mundo inteiro e começou a ganhar almas para Cristo em toda parte. Mesmo encerrada, Clara começou a clarear todo o mundo e refulgiu preclara pelos motivos de louvor. A fama de suas virtudes invadiu as salas das senhoras ilustres, chegou aos palácios das duquesas e penetrou até nos aposentos das rainhas. A nata da nobreza dobrou-se a seguir suas pegadas e a da soberba ascendência de sangue desceu para a santa humildade. Algumas, dignas de casamentos com duques e reis, estimuladas pela mensagem de Clara, faziam rigorosa penitência, e as casadas com homens poderosos imitavam Clara como podiam. Numerosas cidades ganharam mosteiros, e mesmo campos e montanhas ficaram bonitos com a construção desses celestes edifícios. Clara, santa, abriu caminho para propagar a observância da castidade no mundo, devolvendo uma vida nova ao estado virginal. Hoje, a Igreja rebrota feliz com essas santas flores geradas por Clara, que pede seu apoio dizendo: Confortai-me com flores, reanimai-me com maçãs, porque estou doente de amor (Ct 2,5). Mas a pena tem que voltar a seu propósito para dar a conhecer como foi que ela viveu. Ela, pedra primeira e nobre fundamento de sua Ordem, tratou de levantar desde o começo o edifício de todas as virtudes sobre a base da santa humildade. De fato, prometeu santa obediência ao bem-aventurado Francisco e não se desviou em nada do prometido. Três anos depois da conversão, recusando o nome e o cargo de abadessa, preferiu humildemente submeter-se a presidir, servindo entre as servas de Cristo e não sendo servida. Por fim, obrigada por São Francisco, assumiu o governo das senhoras. Daí brotou em seu coração temor e não enchimento, crescendo no serviço e não na independência. Quanto mais elevada se viu por esse exterior de superioridade, mais se fez vil aos próprios olhos, disposta a servir, desprezível na aparência. Não recusava nenhum trabalho servil. Costumava derramar água nas mãos das Irmãs, assistindo-as enquanto sentadas e servindo-lhes a comida. Custava-lhe dar uma ordem, mas estava pronta a fazer por si. Preferia fazer ela mesma a mandar as Irmãs. Lavava pessoalmente as cadeiras das doentes e as enxugava com seu espírito nobre, sem fugir à sujeira nem ter medo do mau cheiro. Com frequência lavava e beijava os pés das serviçais quando voltavam de fora. Amém.
Para louvor de Nosso Senhor Jesus Cristo Amém. (Continua na próxima edição – Programa Francisco Instrumento da Paz). Paz e Bem.