Edifício Maryland, de propriedade de Mário Amaral Pacca, onde se situava a agência da Caixa Econômica Federal

Os Pioneiros, por ramo de atividade no povoado

Décima Sétima Parte

*Walter de Oliveira

Os nossos fragmentos de hoje não serão pessoas e sim, “Estabelecimentos Bancários”. Nos anos de 1931 a 1950, foram pioneiros no povoado da estação e da cidade, os seguintes bancos:

a) Banco Comercial do Paraná. Precursor do Banco Bamerindus e do HSBC, esse banco foi inicialmente instalado na antiga rua Quintino Bocaiúva (hoje Prefeito José Mário Junqueira), em frente onde hoje está a loja Cortinas Castanho. Gerenciava-o, nos anos 1948/1950, Djalma de Oliveira Chueire.

b) Banco do Estado do Paraná. Vindo para cá já no final da década de 1940, o Banestado (como era chamado) teve seu primeiro endereço na esquina da rua Prefeito José Mário Junqueira, com a rua Eurípedes Rodrigues, onde hoje é a Farmácia Santa Cecília. Ao que nos lembramos, gerenciava-o à época, Renê Conter.

c) Banco Noroeste do Estado de São Paulo. Situado à Avenida Bandeirantes, onde está hoje a Loja Serallê Calçados, lembramo-nos apenas que o seu gerente, no final dos anos 40, chamava-se Paulo.

d) Banco do Brasil (correspondente). Quanto à essa representação do Banco do Brasil, quem por ela respondia e o local em que funcionava, não dispomos de nenhuma informação. Sabemos, porém, que a primeira agência desse banco foi instalada no princípio dos anos 1960, à Avenida Bandeirantes, esquina com a antiga Santa Catarina (atual Benedito Bernardes de Oliveira), onde posteriormente funcionou a sede do União Bandeirante Futebol Clube e a república de seus atletas. Foi seu primeiro gerente, Jorge Braz do Canto.

e) Banco América do Sul (citado no livro de Medina como Banco Sul América). Esse banco situava-se na Avenida Bandeirantes, no prédio onde se acha hoje a Loja MM e não temos informações e nem lembramos de quem o gerenciava.

f) Caixa Econômica Federal. Esse tradicional banco teve a sua primeira agência na esquina das ruas Eurípedes Rodrigues com a antiga Benjamin Constant (hoje Benjamin Caetano Zambon), onde se acha hoje o escritório contábil de Lino Martins, Edifício Maryland, que era propriedade e foi construído pelo médico Mário Amaral Pacca, que assim o nominou em homenagem à sua filha. Era seu gerente no início da década de 1950, Paulo Cabral, que vem a ser avô do vereador Tiago Fraxino de Almeida, o popular Tiago Pobreza.

g) Por último, vamos encontrar o Banco de Curitiba. Temos absoluta certeza que, mesmo dentre os do nosso tempo, poucos se lembrarão da existência desse banco em nossa cidade. Até porque o seu período de funcionamento aqui, foi dos mais curtos. Sua agência ficava na rua Quintino Bocaiúva (hoje Prefeito José Mário Junqueira), à altura de onde hoje estão as lojas Max Doces e Dolce Helena, e também a Estácio Consultoria Financeira. Sem ter sido sequer citado no livro de Solano Medina, o Banco de Curitiba teve aqui um único gerente, Luiz Rando.

Ao fundo e ao centro, sede da empresa Máquinas Santa Mariana S.A., na junção da rua Arthur Conter, com a Avenida Bandeirantes

Encerrada a listagem dos bancos, vamos agora à de “Compradores de Café”. Porém, antes de listarmos os pioneiros desse ramo – dos mais importantes à época – precisamos dizer que não obedeceremos à ordem de registros como se vê no livro de Medina. E isto se deve ao fato de que já listamos em artigos anteriores, os pioneiros no ramo de “armazéns de secos e molhados”, que faziam também a compra de café. Repetir seus nomes agora, não teria sentido. Acrescentamos aos registros de Solano Medina, detalhes outros não encontrados naquela obra.

a) Dias e Araújo Ltda. Essa razão social era formada por Octávio Dias, seu filho Osvaldo (que posteriormente passou a integrar o quadro de funcionários do Instituto Brasileiro do Café (IBC) e Joaquim Araújo. Não sabemos o local de funcionamento da empresa. De Octávio Dias, nada temos a acrescentar, mesmo porque era morador de Cambará, onde foi figura do maior conceito e projeção. Quanto a Joaquim de Araújo, informa-nos o ruralista Roberto Pavan, este foi casado com dona Ana (chamada de Aninha), com quem teve as filhas Marina, Maria Inês, Maria Lígia, Maria Lúcia e Maria Celeste.

b) Irmão Baldrati. Uma razão social composta por pessoas residentes em São Paulo e cujos nomes ignoramos. Foi uma grande cerealista bandeirantense e era sediada onde está hoje o Supermercado Canção. À época em que nos referimos, gerenciava-a, Pedro Ribeiro de Araújo (nenhum parentesco com o pioneiro anterior), figura de grande destaque e relevância em Bandeirantes, e da qual trataremos em nossa obra em elaboração.

c) Importadora e Exportadora Mofarrej Ltda. Pertencente a uma das mais ricas famílias paulistanas, essa empresa ficava na Avenida Bandeirantes, em frente à esquina onde ficava a antiga rodoviária. Tinha como seu principal agente de compras Demétrio Chirnev, protagonista dos mais chistosos folclores da Bandeirantes de então, isto além de ser um grande motociclista, nadador e mergulhador, quiçá, o único que seria uma alternativa ao célebre pescador dos nossos dias, conhecido por “Traíra”.

d) Luiz Gonzaga Ribeiro Conrado. Deste, embalde tenhamos buscado informações a seu respeito, registramos apenas o seu nome.

e) Máquinas Santa Mariana S.A. Uma empresa das mais fortes no ramo, ficava situada na Avenida Bandeirantes, defronte à esquina da atual rua Arthur Conter, onde funcionou até pouco tempo atrás, o Buffet Feijó. Dela não sabemos quem compunha sua razão social, mas sabemos que era gerenciada por Álvaro Bolgherone, coadjuvado por Miguel Bomediano, que vem a ser sogro do popular bandeirantense Wilson Barbosa de Lima.

(continua…)

* Walter de Oliveira, 89, articulista desta Folha, é bandeirantense, nascido em 1932

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