Paz e Bem, meu amigo e irmão, vamos continuar a falar de Santa Clara “Plantinha” do Pai Seráfico.
A canonização da virgem Santa Clara
Quando se espalhou a notícia desses milagres e a fama das virtudes da santa começou a se propagar cada vez mais amplamente, estava na Sé de Pedro o clementíssimo príncipe senhor Alexandre IV, amigo de toda santidade, protetor dos religiosos e firme coluna das Ordens. Todo o mundo já esperava com grande desejo a canonização de tão insigne virgem. Por fim, o referido pontífice, como que levado pelo acúmulo de tantos milagres a uma decisão insólita, começou a tratar com os cardeais de sua canonização. Entregou o exame dos milagres a pessoas dignas e discretas, encarregadas de estudar também sua vida prodigiosa. Viu-se que Clara tinha sido, em vida, claríssima pela prática de todas as virtudes e, morta, admirável por milagres autênticos e comprovados. Num dia marcado, houve uma reunião do colégio dos cardeais, com a presença de arcebispos e bispos. Apresentou-se uma multidão de clérigos e religiosos, com a assistência de muitos sábios e poderosos. O Sumo Pontífice propôs o salutar assunto e pediu a opinião dos prelados. Todos se demonstraram imediatamente favoráveis, dizendo que era preciso glorificar na terra Clara, que Deus havia glorificado nas alturas. Já perto do dia de sua migração, dois anos depois do seu trânsito, o Papa Alexandre IV, a quem Deus reservara essa graça, convocou a multidão dos prelados e de todo o clero e lhes fez um sermão. Depois, com a maior afluência de povo, inscreveu reverentemente Clara no catálogo dos santos e decretou que em toda a Igreja se celebrasse solenemente a sua festa, que foi o primeiro a celebrar solenissimamente com toda a Cúria. E isso teve lugar em Anagni, na igreja maior, no ano de 1255 da Encarnação do Senhor, primeiro ano do pontificado do Papa Alexandre IV. Para louvor de Nosso Senhor Jesus Cristo, que com o Pai e o Espírito Santo vive e reina pelos séculos dos séculos. Amém. Irmãos caríssimos, celebrando com a devida solenidade o dia do aniversário de Clara, virgem consagrada a Deus, venerável esposa de Cristo, percorramos em palavras sucintas os sagrados primórdios, o desenrolar e a conclusão de sua vida. Oriunda de preclaros genitores, pela nobreza da origem e pela honestidade dos costumes, depois que recebeu a claridade da graça suprema, brilhou não só na cidade de Assis, mas também resplandeceu com maior clareza por todo o mundo. Quando sua mãe, chamada Hortolana, carregava ainda no jardim de seu seio esta nobre plantinha, e já estava perto de dar à luz, rezava atentamente diante do Crucificado na cruz, para que a ajudasse a escapar com saúde do perigo do parto, ouviu uma voz que lhe dizia: Não te assustes, mulher, porque salva vais parir uma luz que vai deixar o mundo mais claro. Instruída por esse oráculo, deu o nome de Clara à menina que nasceu quando renasceu pela água do santo batismo, segura numa fé inabalável de que dentro em breve nela haveria de se manifestar a claridade da luz prometida pelo céu.
Para louvor de Nosso Senhor Jesus Cristo Amém. (Continua na próxima edição – Programa Francisco Instrumento da Paz). Paz e Bem.