Franciscologia

Paz e Bem, meu amigo e irmão, vamos continuar a falar de Santa Clara “Plantinha” do Pai Seráfico.

Adolescência de Santa Clara e a fundação de São Damião

Instruída por esse oráculo, deu o nome de Clara à menina que nasceu quando renasceu pela água do santo batismo, segura numa fé inabalável de que dentro em breve nela haveria de se manifestar a claridade da luz prometida pelo céu. Mal tinha vindo à luz, a pequenina Clara começou a brilhar por um oportuno esplendor de carismas, como uma aurora, e se destacou nos anos mais tenros pela probidade natural de louváveis costumes. De fato, cheia de suavidade, tanto por dom da natureza quanto pela graça, estendia a mão de boa vontade para os pobres, e, para que seu sacrifício fosse mais agradável a Deus, privava seu próprio corpinho dos alimentos delicados, mandando-os escondidos por mensageiros, e refazia o estômago de seus pupilos. Gostava de dedicar-se à santa oração, e nela, muitas vezes perfumada pelo bom odor de Cristo, e atraída pelo gosto suave do espírito para as delícias perenes, pouco a pouco ia levando adiante sua vida celibatária. Também usava sob as vestes preciosas e macias um pequeno cilício escondido e como a outra virgem nobre, Cecília, florescendo para o mundo exteriormente, vestindo Cristo interiormente, fazendo que deixava para depois o casamento mortal, recomendava ao Senhor a sua virgindade. Por isso, trescalando os suaves perfumes como um depósito de aromas, começou a ser louvada, sem o saber, pela boca dos vizinhos, e, espalhando-se a fama verdadeira dos atos secretos, espalhou-se pelo povo o comentário de sua bondade. Esses foram os prenúncios de suas virtudes na casa paterna, essas as primícias do espírito, esses os prelúdios da santidade. Quando ouviu o nome, então famoso, de Francisco, que como um homem novo enviado por Deus renovava o esquecido caminho da perfeição seguindo os vestígios do Crucificado, por inspiração do Pai dos espíritos, quando houve oportunidade por parte da sociedade e do tempo, foi procurá-lo e lhe manifestou o segredo de seu coração. Por sugestão do homem de Deus, que à maneira de um fidelíssimo padrinho, lhe instilava nos ouvidos virginais o desprezo do mundo e os doces esponsais de Cristo, a virgem preclara não adiou o consentimento, antes, acesa no ardor do fogo celeste, desprezou altaneira a glória da vaidade terrena, teve um horror direto das ilusões da carne, propôs-se a ignorar o leito nupcial no delito, e se entregou totalmente aos conselhos do mesmo bem-aventurado pai. Então o servo do Senhor ordenou, na iminência da celebração das Palmas, que no dia da festa fosse enfeitada para receber a palma no meio do povo, e na noite seguinte, saindo com Cristo para fora do acampamento, transformasse a alegria mundana no luto da paixão do Senhor. Por isso, tendo abandonado a casa, a cidade e os parentes, apressou-se para Santa Maria dos Anjos, onde os frades, que montavam sentinela no recinto de Deus, receberam a virgem prudente…

Para louvor de Nosso Senhor Jesus Cristo Amém. (Continua na próxima edição – Programa Francisco Instrumento da Paz). Paz e Bem.

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