Paz e Bem, meu amigo e irmão, vamos continuar a falar de Santa Clara “Plantinha” do Pai Seráfico.
A morte de santa Clara
Sua virtude admirável, quanto foi perfeita na doença, fica demonstrado principalmente porque em 28 anos de um sofrimento contínuo não se ouviu nenhuma murmuração, nenhuma queixa, mas de sua boca sempre procediam um santo colóquio e ação de graças. Mas com o crescimento das doenças, quando se aproximava da saída, sem tomar nenhum alimento durante 17 dias, é digno de admiração que foi revigorada pelo Senhor por tão grande fortaleza, que confortava a todos os que vinham visitá-la no serviço de Cristo. Quando se aproximou a hora de sair do corpo, a serva do Senhor onipotente falou assim confiantemente com a sua alma: Vai segura, vai, porque tens um bom guia. A uma das Irmãs sagradas que perguntou familiarmente com quem estava falando desse jeito, e o que estava olhando com tanta atenção, respondeu bondosamente: Falo com a minha alma já repleta de bênçãos pelo Senhor, e já estou contemplando a senhora e rainha dos anjos numa clara visão. Mal tinha acabado de falar e eis que, pela meia noite, entrou um grupo de virgens com roupas alvas, todas levando coroas de ouro em suas cabeças, e acompanhando uma mais elegante do que as outras, de cuja coroa refulgia a glória de tão grande esplendor que aquela noite foi transformada em dia, e nenhuma das que viu duvidou de que fosse a própria mãe do Senhor. A qual, aproximando-se com aquele grupo sagrado de virgens da cama em que jazia a esposa do Filho, e inclinando-se amorosissimamente sobre ela, dando-lhe um abraço bem apertado, mandou que as virgens trouxessem um pálio de admirável beleza, com o qual cobriu honrosamente o corpo da virgem Clara. Depois, desaparecendo, recolheu-se aos céus. Rodeavam o cubículo da mãe as filhas que em breve deveriam ficar órfãs, atravessadas interiormente pela dor como uma espada, exteriormente banhadas pelo copioso rio de lágrimas exuberantes. Entre elas estava Inês, virgem devotada a Deus, irmã dela, a primeira companheira no caminho de toda perfeição, e mais do que as outras implorava com seus soluços que não a abandonasse, para que, como juntas tinham desposado Cristo, assim também migrassem juntas desta vida, entrando na pátria celeste. Mas ela mesma, com um rosto alegre e suave, falou consolando as Irmãs: Não choreis, não vos perturbeis, porque o Senhor vai dar-vos uma consolação. E tu, minha caríssima irmã Inês, não leves a mal porque te deixo agora, porque assim apraz ao Altíssimo, e tu, de acordo com o que desejas, vais me seguir dentro em breve. Por isso, no ano 1253, no dia seguinte à festa de São Lourenço, aquela alma santíssima saiu do cárcere da carne para receber o prêmio perene, e já dissolvido o templo do corpo, o espírito migrou feliz para os astros. Passados poucos dias, Inês foi chamada às núpcias e, de acordo com o que fora predito por uma revelação profética…
Para louvor de Nosso Senhor Jesus Cristo Amém. (Continua na próxima edição – Programa Francisco Instrumento da Paz). Paz e Bem.