
O projeto que será aplicado em seis municípios do Paraná e tem como objetivo detectar a síndrome metabólica, que pode desencadear doenças graves na população
A Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP)/Campus Luiz Meneghel, através do professor Fábio Seiva e em parceria com a professora Angélica Boldt, realizou na última semana um projeto que tem como objetivo traçar o perfil genético epidemiológico que detecta a síndrome metabólica. Essa síndrome, de acordo com a professora Angélica, é o conjunto de três fatores que aumentam as chances de a pessoa desenvolver problemas cardiovasculares, envelhecimento precoce, morte por Covid-19 e câncer, além de Alzheimer. “Todas essas doenças podem ter o risco aumentado, se a pessoa tiver diabetes, obesidade visceral, colesterol desregulado e a pressão arterial elevada. Vamos realizar o mapeamento epidemiológico em seis cidades do Paraná, sendo que esse projeto ocorre por meio do Programa Araucária em parceria com as universidades estaduais”, explicou Angélica.
A professora explicou ainda que, nos casos em que a pessoa já esteja com a síndrome metabólica é possível ter um acompanhamento profissional para diminuir os riscos de doenças mais sérias. “Muitas vezes a pessoa vem fazer o mapeamento e já está com a síndrome, porém, com o acompanhamento médico ela pode voltar a ter uma vida mais saudável”, declarou.
O professor Fábio Seiva junto com os alunos do curso de Biologia: Matheus Ribas, Maria Luísa Agneis e Letícia Bertini e do curso de Enfermagem: Maria Clara Ferreira, Giovanna Precioso, Emmanuel da Matta, Geisiélle Batista, e as técnicas Milena Cremer e Priscila Iazen, estiveram bastante engajados com o projeto. “Esses alunos trabalham comigo há dois anos e estão bem animados com este levantamento. Os alunos de enfermagem trabalharam na coleta do material biológico, com a coleta de sangue e os alunos de biologia ficam na parte mais burocrática, mas também ajudam na aferição de pressão e as medidas corporais. Quando o material é coletado, é encaminhado para o laboratório e lá analisado”, explicou Fábio.
Em relação a escolha da UENP/Luiz Meneghel para a realização do mapeamento, o professor Fábio disse que tudo surgiu de uma conversa via web entre ele e a professora Angélica. “Durante uma conversa, na época da pandemia, a professora Angélica falou sobre o projeto e eu ofereci para que fosse realizado na UENP, e deu certo”, disse Fábio.
Para essa parcela do mapeamento foram coletados material de 200 pessoas para análise. “No primeiro dia foram coletados o material de mais de 100 pessoas, caso não atingisse o número necessário, na outra semana seria feito mais dois dias de coleta”, avaliou.
O professor Fábio ressaltou que tudo é documentado e não será feito nada além da análise epidemiológica. “As pessoas não precisam ter medo, que o material não será usado para experiências e nem será feito clone de ninguém. Quem doou o material pode ficar tranquilo que daqui uns anos não verá ninguém parecido com ele andando pela rua”, brincou de forma séria. Além da importância desse projeto, o professor Fábio ressaltou a experiência única dos alunos que estão envolvidos. “O aprendizado dos alunos é muito importante para a formação profissional, participar desses programas ajuda os alunos a se engajarem nessas pesquisas”.
Para finalizar, a professora Angélica explicou que, antes da coleta, o voluntário responde um questionário e nele dizem se estão de acordo com o teste, se querem receber os resultados, e se em algum momento o voluntário desistir, todo o material colhido é descartado. (Redação)