Franciscologia

Paz e Bem, meu amigo e irmão, vamos continuar a falar de Santa Clara “Plantinha” do Pai Seráfico.

Notificação da Morte

Quanto mais fortemente atingida pelo calcanhar da doença, com tanta maior devoção oferecia ao Senhor seu cântico de louvor. Com que cíngulo de sobriedade estaria cingida, com que chama de amor estaria acesa aquela que, de tal modo arrancara suas velas dos ventos furiosos com as mãos da modéstia que não foi perturbada na tranquilidade da alma pela força do turbilhão irônico! Ela que, confortando nosso peito para o abraço da divindade, nos reanimava amavelmente com o antídoto de uma consolação contínua. E quando percebia, às vezes, que algumas precisavam de roupas, outras tinham fome ou sofriam de sede, socorria exortando com esta bondosa sugestão: “Suporta i com gentileza, levai com paciência o peso da pobreza e com humildade a carga da carência, porque a paciência que provém do obséquio à divindade levará as que a praticam às delícias do paraíso e lhes conquistará o tesouro da recompensa eterna”. Para que continuar? A profundidade de tamanha bem-aventurança não pode ser explicada com palavras humanas. Mas ouvi com que presente ela foi agraciada nos seus últimos momentos: O Vigário de Cristo visitou-a agonizante com o venerável colégio de seus irmãos e, o que ainda foi mais grato, ficou para os funerais da falecida e honrou seu corpo com as exéquias. Em sua morte, ainda que uma dor violenta nos torture carnalmente as entranhas, estendamos a destra do espírito para a palma da alegria, para a glória do louvor divino. Para que nossa mortal inteligência compreenda com que danças de felicidade das milícias do exército celeste ela vai caminhando ao encontro dos santos espíritos e apresenta ante os olhos do Criador a armação do seu venerável corpo que, pelo poder do Autor, resplandece com o fulgor de milagres sem conta. Ouvi, pobrezinhas, pelo Senhor chamadas, que de muitas partes e províncias fostes congregadas: Vivei sempre na verdade, para morrerdes na obediência. Não olheis a vida de fora, porque a do espírito é melhor. Eu vos peço, pelo grande amor, que tenhais discrição nas esmolas que o Senhor vos dá, as que estão por doença agravadas e as outras que por elas estão fatigadas, umas e outras suportai-o em paz, pois havereis de vender bem caro essa fadiga, porque cada uma será rainha no céu coroada com a Virgem Maria. À venerável e santa virgem, dona Inês, filha do excelentíssimo e ilustríssimo rei da Boêmia, Clara, indigna fâmula de Jesus Cristo e serva inútil das senhoras enclausuradas do mosteiro de São Damião, sua serva sempre submissa, recomenda-se inteiramente e deseja, com especial reverência, que obtenha a glória (cfr. Sir 50,5) da felicidade eterna. Sabedora da boa fama de vosso santo comportamento e vida, que não só chegou até mim, mas foi esplendidamente divulgada em quase toda a terra, muito me alegro e exulto no Senhor (cfr. Hab 3,18). Disso posso exultar tanto eu mesma como todos os que prestam serviço a Jesus Cristo ou desejam fazê-lo…

Para louvor de Nosso Senhor Jesus Cristo Amém. (Continua na próxima edição – Programa

Francisco Instrumento da Paz). Paz e Bem.

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