Paz e Bem, meu amigo e irmão, estamos falando de Santa Clara “Plantinha” do Pai Seráfico.
A força da sua oração
Ela a abraçou toda feliz e exclamou: “Dou graças a Deus, dulcíssima irmã, porque abriu os ouvidos à minha solicitude por você”. À conversão maravilhosa seguiu-se não menos maravilhosa defesa. Quando as felizes irmãs estavam na igreja de Santo Ângelo de Panço, aplicadas em seguir as pegadas de Cristo, e a que mais sabia do Senhor instruía sua irmã e noviça, de repente levantaram-se contra as jovens novos ataques dos familiares. Sabendo que Inês tinha ido para junto de Clara, correram no dia seguinte ao lugar doze homens acesos de fúria e, dissimulando a malvadeza por fora, apresentaram-se para uma visita de paz. Logo, voltando-se para Inês, pois de Clara já antes tinham perdido a esperança, disseram: “Por que veio a este lugar? Volte quanto antes para casa conosco”. Quando ela respondeu que não queria separar-se de sua irmã Clara, lançou-se sobre ela um cavaleiro enfurecido e, a socos e pontapés, queria arrastá-la pelos cabelos, enquanto os outros a empurravam e levantavam nos braços. Diante disso, a jovem, vendo-se arrancada das mãos do Senhor, como presa de leões, gritou: “Ajude-me, irmã querida, não deixe que me separem de Cristo Senhor”. Os violentos atacantes arrastaram a jovem renitente pela ladeira, rasgando a roupa e enchendo o caminho de cabelos arrancados. Clara prostrou-se numa oração em lágrimas, pedindo que a irmã mantivesse a constância e suplicando que a força daqueles homens fosse superada pelo poder de Deus. De repente, o corpo dela, caído por terra, pareceu fincar-se com tanto peso que, mesmo diversos homens, juntando as forças, não conseguiram de modo algum levá-lo para além de um riacho. Acorreram também alguns dos campos e vinhas para ajudá-los, mas não puderam levantar do chão aquele corpo. Tiveram que desistir do esforço e exaltaram o milagre comentando em brincadeira: “Passou a noite comendo chumbo, não é de admirar que esteja pesada”. O próprio senhor Monaldo, seu tio paterno, que, tomado por tanta raiva, tentou dar-lhe um soco mortal, sentiu de repente que uma dor atroz invadia a mão levantada e o atormentou angustiosamente por muito tempo. Então, depois da longa batalha, Clara foi até lá, pediu aos parentes que desistissem da luta e deixassem a seus cuidados Inês, que jazia meio morta. Quando eles se retiraram, amargados pelo fracasso da empresa, Inês levantou-se jubilosa e, já gozando da cruz de Cristo, por quem travara essa primeira batalha, consagrou-se para sempre ao serviço divino. Então o bem-aventurado Francisco a tonsurou com suas próprias mãos e, junto com sua irmã, instruiu-a nos caminhos do Senhor. Mas como não dá para explicar em poucas palavras a magnífica perfeição de sua vida, voltamos a falar de Clara. Não é de admirar que a oração de Clara tivesse poder contra a maldade dos homens, se fazia arder até os demônios. …
Para louvor de Nosso Senhor Jesus Cristo Amém. (Continua na próxima edição – Programa
Francisco Instrumento da Paz). Paz e Bem.