Franciscologia

Paz e Bem, meu amigo e irmão, vamos falar sobre o bem-aventurado Francisco.

PRIMEIRO LIVRO de Tomás de Celano – Primeira Vida.

Para louvor e glória de Deus todo-poderoso Pai, Filho e Espírito Santo. Amém.

Começa a vida do nosso beatíssimo Pai Francisco.

Como, transformado interiormente, mas não exteriormente, falou alegoricamente de um tesouro encontrado e de uma noiva.

Mesmo depois de longa abstenção, o espírito volta ao que tinha aprendido e o costume geralmente transforma o vício em segunda natureza. Francisco ainda tentou fugir da mão de Deus e, quase esquecido da correção paterna, diante de uma oportunidade, pensou nas coisas que são do mundo e ignorou o conselho de Deus, prometendo a si mesmo o máximo da glória mundana e da vaidade. Pois um nobre de Assis não mediu despesas para se armar militarmente e, inchado pela glória vã, decidiu marchar para a Apúlia para ganhar mais dinheiro e honra. Sabendo disso, Francisco, que era leviano e não pouco audaz, alistou-se para ir com ele, porque era menos nobre, mas de ambição maior, mais pobre, mas também mais generoso. Todo entregue a esse plano e pensando com ardor na partida, certa noite, aquele que o tinha tocado com a vara da justiça visitou-o numa visão noturna, com a doçura da sua graça. E o seduziu e exaltou pelo fastígio da glória, porque ele tinha sede de glória. Pareceu-lhe ver a casa toda cheia de armas: selas, escudos, lanças e outros aparatos. Muito alegre, admirava-se em silêncio, pensando no que seria aquilo. Não estava acostumado a ver essas coisas em sua casa, mas apenas pilhas de fazendas para vender. E ainda estava aturdido com o acontecimento repentino, quando lhe foi dito que aquelas armas seriam suas e de seus soldados. Despertando de manhã, levantou-se alegre e, julgando a visão um presságio de grande prosperidade, ficou certo de que sua excursão à Apúlia seria um êxito. Pois não sabia o que dizer e ainda não entendera nada do dom que lhe fora feito pelo céu. Em um ponto, poderia ter percebido que sua interpretação do sonho não era verdadeira porque, embora contivesse muita semelhança com coisas já acontecidas, dessa vez seu espírito não estava tão feliz como de costume. Precisava até fazer algum esforço para executar o que planejara e levar a cabo o seu plano. É muito interessante esta menção de armas logo aqui no começo. Muito oportunamente se oferecem armas ao soldado que vai combater o forte armado e, como um outro Davi em nome do Senhor dos exércitos, há de libertar Israel do antigo opróbrio dos inimigos. Já mudado, mas só espiritual e não exteriormente, não quis mais ir para a Apúlia e procurou orientar sua vontade pela vontade de Deus. Por isso subtraiu-se aos poucos da algazarra do mundo e dos negócios, querendo esconder Jesus Cristo em seu interior. …

 

Para louvor de Nosso Senhor Jesus Cristo Amém. (Continua na próxima edição – Programa

Francisco Instrumento da Paz). Paz e Bem.

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