Um estudo da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) mostrou que as doenças ligadas ao coração lideram as causas de mortalidade de mulheres no Brasil. Os óbitos femininos em decorrência de problemas cardiovasculares fazem mais vítimas do que câncer de mama, útero e ovário juntos. Aproximadamente 200 mulheres morrem por dia no Brasil, vítimas de infarto.
O estudo mostrou um aumento de 176% no número de mortes entre mulheres com idade entre 50 e 69 anos. Já entre as mulheres entre 15 e 49 anos a alta foi de 62%. Segundo o estudo da SBC, fatores como alta carga de estresse e depressão são fatores de risco para o aumento dos casos das doenças cardiovasculares no público feminino, além dos fatores inerentes ao sexo, como menopausa, gravidez e menarca.
De acordo com a médica cardiologista do Pilar Hospital, Lara Carreira, as doenças cardiovasculares (DCV) são a principal causa de morte no Brasil e no mundo. “As mortes por DCV correspondem a um terço dos óbitos por todas as causas e acomete homens e mulheres em todas as faixas etárias, representando mais do que o dobro das mortes por todas as neoplasias associadas”, explica a cardiologista.
INFARTOS E DERRAMES EM MULHERES IDOSAS – O entupimento das artérias do coração por gordura, doença aterosclerótica, mostrou um aumento significativo entre as mulheres. Da mesma forma, o índice de mortalidade também aumentou, sendo o Infarto e o Acidente Vascular Cerebral (AVC) os que mais matam. “As últimas décadas foram marcadas pelo avanço na compreensão da fisiopatologia da doença aterosclerótica, bem como do seu tratamento. Assim foi possível reduzir sua incidência e mortalidade, entretanto, na população feminina não se observou uma queda tão pronunciada de eventos cardiovasculares e cerebrovasculares quanto na população masculina, sobretudo para pacientes com mais de 75 anos de idade”, avalncia de Doença Arterial Coronária (DAC) em mulheres mais jovens, principalmente devidoiou a Dra. Lara.
MULHERES JOVENS TAMBÉM SÃO VÍTIMAS – A cardiologista aponta preocupação também com o índice de mortalidade entre as mulheres mais jovens. A exemplo das pacientes na fase idosa da vida, elas estão morrendo mais, vítimas de infartos e AVCs. “Houve também um aumento significativo da prevalê às mudanças no estilo de vida, com um aumento da prevalência de obesidade, sedentarismo e tabagismo”, revelou.
FATORES DE RISCO – Os fatores de risco tradicionais que contribuem para esse quadro estão associados a outras patologias como diabetes, hipertensão, obesidade, além de hábitos como o tabagismo e o sedentarismo. A médica esclarece que esses fatores influenciam no risco tanto para homens, quanto para mulheres, mas aponta diferenças. “O impacto desses fatores são maiores no sexo feminino. Além disso, existem riscos exclusivos das mulheres, como pré-eclâmpsia (doença hipertensiva específica da gestação), diabetes gestacional, síndrome dos ovários policísticos, uso de terapias hormonais (contraceptivas ou no pós menopausa) e o próprio climatério, período no qual há um grande incremento no risco cardiovascular”, esclareceu.
PREVENÇÃO – Para mudar esse quadro, a medicina aponta o foco para a prevenção primária das doenças cardiovasculares. “Isso é de extrema importância para reduzir os desfechos cardiovasculares. A prática regular de atividade física, identificar e tratar os fatores de risco como hipertensão, diabetes, dislipidemia, combater o tabagismo e a obesidade, controlar o estresse, ter uma boa noite de sono, tornaram-se um dos principais focos da sociedade científica para atingir esse objetivo”, concluiu a médica.