Franciscologia

Paz e Bem, meu amigo e irmão, vamos falar sobre o bem-aventurado Francisco.

SEGUNDO LIVRO de Tomás de Celano.

 O que fez e disse quando faleceu felizmente

Por isso, filhos, tenham todo o respeito para com o lugar onde Deus mora, e louvem aqui o Senhor com todo o seu coração, entre gritos de júbilo e de louvor”. Nesse meio tempo, a doença se agravou, desvaneceu-se todo o vigor de seu corpo e, já sem forças, não se podia mover de maneira alguma.

Perguntando-lhe um frade o que preferia suportar: essa doença constante e demorada ou o martírio violento nas mãos de um carrasco, respondeu: “Filho, para mim a melhor coisa, a mais agradável e desejável sempre consistiu em fazer o que o Senhor mais desejar de mim e em mim. A única coisa que desejo é estar sempre de acordo e obedecendo à sua vontade em tudo e por tudo. Para mim, no entanto, suportar esta doença, mesmo que seja por mais três dias, seria mais doloroso do que qualquer martírio. Não estou falando de recompensa por merecimento, mas apenas do sofrimento que a doença traz consigo”.

Duas vezes mártir era ele, que suportava de boa vontade, risonho e alegre, o que para os outros era duro e insuportável só de ver! De fato, “não tinha sobrado nele membro algum sem excessiva dor”. Já tinha perdido o calor natural e se aproximava cada vez mais da morte. Espantavam-se os médicos e admiravam-se os frades de que seu espírito pudesse viver em um corpo já tão morto, pois a carne já se havia consumido e estava reduzido a pele e ossos.

Vendo aproximar-se o último dia, que inclusive já lhe fora revelado divinamente dois anos antes, chamou os frades que quis, abençoou a cada um conforme lhe foi inspirado pelo céu, como outrora o patriarca Jacó com seus filhos, e mesmo como um outro Moisés antes de subir ao monte que Deus lhe havia indicado, cumulou de bênçãos os filhos de Israel. Frei Elias estava à sua esquerda e os outros filhos sentados ao redor. O santo cruzou os braços e pôs a mão direita sobre a cabeça dele.

Privado como estava da luz e do uso dos olhos do corpo, perguntou: – “Sobre quem coloquei minha mão direita?” “Sobre Frei Elias”, responderam. “É isso que eu quero”, disse. “Eu te abençoou, meu filho, em tudo e por tudo, e como o Senhor em tuas mãos aumentou os meus irmãos e filhos, assim sobre ti e em ti a todos eu abençoou. No céu e na terra te abençoe Deus, Rei do Universo. Abençoo-te como eu posso, mais do que eu posso, e, o que eu não posso, que possa em teu benefício aquele que pode tudo. Lembre-se Deus de tua ação e dos teus trabalhos, e reserve o teu lugar na retribuição dos justos.

Que tenhas toda bênção que desejas e alcances tudo que pedires com justiça”. “Adeus, meus filhos, vivei sempre no temor do Senhor, porque as maiores provações vos ameaçam e a tribulação está às portas. Felizes os que perseverarem no que empreenderam, porque os escândalos que estão para vir vão afastar alguns do seu meio. Eu me apresso a ir para a casa do Senhor, para o meu Deus vou com confiança, porque o servi com devoção”. Como estivesse hospedado no palácio do bispo de Assis, pediu aos frades que o levassem o mais depressa possível para Santa Maria da Porciúncula.

Para louvor de Nosso Senhor Jesus Cristo Amém. (Continua na próxima edição – Programa

Francisco Instrumento da Paz). Paz e Bem.

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