No último dia 29, a sede do Sebrae/PR em Curitiba recebeu o Café com as Indicações Geográficas (IGs), um encontro voltado à valorização de produtos paranaenses com identidade territorial. O evento destacou 13 produtos com pedidos de IG depositados e também outros já concedidos, para reforçar o papel estratégico da certificação no fortalecimento de produtores locais e o desenvolvimento das regiões de origem.
Participaram produtores, representantes do Fórum Origens Paraná, Sebrae/PR, Senac PR, Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) – responsável pela concessão da IG, jornalistas e influenciadores. A iniciativa também serviu para promover o diálogo entre diferentes atores do ecossistema de produtos de origem, evidenciando o potencial do Paraná no contexto.
A consultora do Sebrae/PR, Maria Isabel Guimarães, abriu o evento com uma apresentação do conceito de indicação geográfica, elaborado pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). Ao fazer uma retrospectiva da atuação junto aos produtores, a consultora reforçou a necessidade de reconhecer o trabalho de excelência desses empreendedores em todas as regiões do Paraná. “Para promover a conquista de IGs nos preparamos participando de treinamento e fazendo levantamentos de possíveis produtos que pudessem receber o registro. Já haviam, por exemplo, produtos ‘famosos’ em cidades como Morretes e Antonina, mas queríamos ampliar e, desde 2010, contribuímos para que diversos empreendedores em todo o Estado possam ter a sua produção reconhecida”, afirma Maria Isabel.
Para Kaio Trevizan, gerente do Senac PR, os produtos paranaenses são uma referência que deve ser compartilhada, pois a qualidade reconhecida tem potencial para alcançar o setor gastronômico em nível nacional. “Sempre que nós participamos de eventos em outros estados, costumamos levar produtos locais e, com isso, apresentar o melhor da nossa gastronomia para chefs e cozinheiros de todo o Brasil. Temos um compromisso de compartilhar essa riqueza que o Paraná possui”, aponta Trevizan.
PRODUTOS DE QUALIDADE – O evento deu aos responsáveis pelos produtos com IG uma oportunidade de mostrar a excelência que justifica busca pelo registro. Jonas Aparecido da Silva, que produz café com o selo da IG de cafés especiais do Norte Pioneiro e também é presidente da Associação dos Cafés Especiais do Norte Pioneiro do Paraná (ACENPP), ressalta que o produto carrega mais que um sabor: é o resultado de um processo que envolve toda uma comunidade. “Um produto com IG, como é o nosso café, traz o amor, as famílias, a tradição e um sabor para quem o compra. Quem consome o produto pode ver que temos um selo de origem, saber que ele foi fabricado no nosso Estado e possui processo de produção extremamente cuidadoso, o que reflete a sua qualidade”, pontua o cafeicultor.
INDICAÇÃO GEOGRÁFICA – A Indicação Geográfica (IG) é um selo concedido pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) para produtos de determinada região. A IG garante que aquele produto possui características únicas que vêm exclusivamente do território onde é feito, o que envolve fatores como a qualidade, a sua história e o modo como é produzido.
Na visão de Cassandra Medeiros, analista do INPI, o número crescente de produtos com a IG (ou em busca dela) é o reflexo de uma mentalidade na qual a indicação é vista não apenas como a consequência de um bom trabalho, mas como um objetivo a ser alcançado.
Atualmente, o Paraná é o segundo estado brasileiro com a maior quantidade de IGs, contabilizando 16 indicações. São elas: cracóvia de Prudentópolis; mel de Ortigueira; queijos coloniais de Witmarsum; cachaça e aguardente de Morretes; melado de Capanema; cafés especiais do Norte Pioneiro; morango do Norte Pioneiro; vinhos de Bituruna; goiaba de Carlópolis; mel do Oeste do Paraná; barreado do Litoral do Paraná; bala de banana de Antonina; erva-mate São Matheus; camomila de Mandirituba; uvas finas de Marialva e broas de centeio de Curitiba.
Além dessas, há ainda uma Indicação Geográfica concedida a Santa Catarina, que envolve também municípios do Paraná e do Rio Grande do Sul: o mel de melato da bracatinga do Planalto Sul do Brasil.
O Estado ainda possui 13 produtos com a IG depositada, mas ainda em processo de análise no INPI: o mel de Capanema; pão no bafo de Palmeira; tortas de Carambeí; mel de Prudentópolis; urucum de Paranacity; queijos do Sudoeste do Paraná; carne de onça de Curitiba; café de Mandaguari; ponkan de Cerro Azul; ovinos e caprinos da Cantuquiriguaçu; ginseng de Querência do Norte; café da serra de Apucarana e ostras do Cabaraquara.