Foto: Jaelson Lucas/ANPr

Um aplicativo que reúne todas as informações climáticas e de solo para o campo e um software de inteligência sobre o maquinário do agricultor são alguns dos principais dispositivos tecnológicos que o Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) oferece para o agronegócio. Além deles, técnicos do Instituto e startups trabalham em conjunto para desenvolver ferramentas para rastreamento de veículos e cargas, automação e leitura das inúmeras variáveis das lavouras.

Para o secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, esses instrumentos qualificam a informação. “Desenvolver a tecnologia é uma maneira de promover e interação e a eficiência no meio rural, beneficiando principalmente os pequenos agricultores. É nosso objetivo incentivar cada vez mais o desenvolvimento de ferramentas como essas”, diz.

O aplicativo Iapar Clima, lançado na última semana, durante o Show Rural, em Cascavel, concentra todas as informações estratégicas de 70 estações do Iapar e do Simepar (Sistema Meteorológico do Paraná). O aplicativo já foi baixado por mais de 700 usuários e está disponível para a plataforma Android – há expectativa de lançamento para iOs para os próximos meses.

Ele contém os aspectos meteorológicos que influenciam nas tomadas de decisão por parte dos agricultores, dos níveis de precipitação, temperatura e umidade à previsão do tempo. A ferramenta também disponibiliza estudos sobre a quantidade de água no solo, essencial para culturas que necessitam de irrigação, e um mapa de evapotranspiração que estabelece a diferença entre a entrada e saída de água. Esse panorama de déficit ou excesso antevê perdas de produtividade.

PONTAPÉ INICIAL – Segundo Pablo Nitsche, pesquisador do Iapar responsável pelo aplicativo, a agricultura demanda muitas informações meteorológicas para fortalecer sua competitividade. “O aplicativo reúne o que já era disponibilizado em site, mas, agora, ao alcance da mão, dinamiza o acesso do agricultor”, afirmou.

“Esse foi o pontapé inicial. A ideia é que funcione em paralelo com novas funcionalidades. Todos esses dados vão derivar em mais dados. Nós queremos agregar o risco de eventos climáticos como estiagem, temperatura acima de determinado nível, além de incluir o alerta geada. É uma comunicação direta com o nosso público”, completou o pesquisador.

MODERNIZAÇÃO – Rafael Fuentes, diretor de pesquisa do Iapar, indica que o foco do instituto para os próximos anos passa por desenvolver novas tecnologias em favor dos produtores. “Nós queremos uma articulação maior com as startups, o que vai ao encontro com a modernização do Iapar e da Emater. O governo planeja uma ação mais integrada. As tecnologias digitais são eixos primordiais do agronegócio”, afirmou.
MAQUINÁRIO – Outro software que já está à disposição dos agricultores é o Sistema de Gestão de Máquinas Agrícolas (Sigma), desenvolvida pelo Iapar em parceria com a Agropixel. O produto foi pensado para ajudar o agricultor a medir a eficiência e o tamanho do seu maquinário.“A ideia é calcular a viabilidade do investimento agrícola baseado no parque de maquinário. O agricultor insere as informações de terra plantada, manejo, e o software indica se há máquinas sobrando ou faltando, além dos custos do procedimento operacional”, explica Hevandro Colonhese Delalibera, servidor do Iapar e integrante do projeto. O software, lançado em 2017, já auxiliou mais de 100 agricultores no Paraná.
O Iapar também planeja lançar um dispositivo de telemetria de máquinas para racionalizar ainda mais os investimentos dos agricultores. Esse dispositivo poderá calcular em tempo real o caminho das máquinas no campo, o valor da hora-trabalho e os processos de semeadura.

ALERTA GEADA – Outro dispositivo tecnológico pensado para o agricultor paranaense é o Alerta Geada. Ele é voltado para a cafeicultura e completa 25 anos em 2019. Para antever esse evento do inverno, o agricultor se cadastra e recebe SMS e e-mail com a previsão de geada com até 48h de antecedência.

Segundo o Iapar, as condições do tempo são monitoradas com base em dados de temperaturas, pressão atmosférica, ventos e umidade do ar, coletados desde a superfície até aproximadamente 15 mil metros de altura. Também são analisadas imagens fornecidas por satélites. Um mapa de probabilidade classifica a intensidade da geada como fraca, moderada ou forte. As previsões são reavaliadas no mínimo duas vezes ao dia entre maio e setembro.
ATLAS – Também foi lançado no mês passado a nova versão do Atlas Agroclimático, que conta com 188 mapas das diversas variáveis climáticas. O estudo é publicado desde 1976 e funciona como base de dados para o produtor planejar os cultivos das próximas safras.

AGROTECH – A meta do governador Carlos Massa Ratinho Junior é multiplicar os investimentos e parcerias no agronegócio para tornar o Paraná referência mundial de Agrotech. Para alcançar esse objetivo em curto espaço de tempo o Estado prepara um ecossistema de inovação capaz de unir governo digital, desenvolvimento no campo e fomento de startups. A política tem como pano de fundo oferecer respostas mais ágeis aos problemas cotidianos. (Da assessoria).

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