Com o fim da vacinação contra a febre aftosa no Paraná, condição que elevará o status sanitário a um novo patamar no cenário internacional – permitindo o acesso a mercados que até então estavam fechados para diversos produtos paranaenses – as fronteiras serão fechadas para o ingresso de bovinos e bubalinos de outros Estados onde a imunização ainda é realizada.
A medida é necessária para garantir a sanidade do rebanho, e impedir que circulem no Paraná animais com o anticorpo da vacina (critério que será avaliado pelas autoridades nacionais e internacionais que chancelarão a mudança no status sanitário paranaense). A última campanha de vacinação está programada para acontecer em maio de 2019.
Com isso, serão necessários alguns ajustes para que a demanda dos animais, que até então vinham de fora, seja suprida de outra forma. Hoje, existe algum receio por parte de um pequeno número de pecuaristas (veja o box) que trazem animais jovens de outros Estados para engordá-los no Paraná. Porém a imensa maioria dos bovinocultores paranaenses já está preparada para o avanço simbolizado pelo fim da vacinação.
“Esse tempo todo serviu para que produtores, empresas e confinadores fossem se preparando para esse momento [de retirada da vacina], equalizando esse mercado de compra e venda”, avalia o presidente do Sindicato Rural de Guarapuava e coordenador do Comitê Central do Programa Pecuária Moderna, Rodolpho Luiz Werneck Botelho.
O programa, lançado em agosto de 2015 pelo governo estadual em parceria com diversas entidades, como o Sistema FAEP/SENAR-PR, tem como objetivo alavancar a produção de carne bovina de qualidade no Paraná.
Hoje o Estado ocupa a 9ª posição no ranking nacional da bovinocultura, com um rebanho de 9,3 milhões de cabeças, sendo 6,3 milhões de animais para corte e 3 milhões de cabeças na pecuária leiteira, segundo estimativas da Secretaria da Agricultura e Abastecimento. As ações do programa em capacitar e tecnificar os bovinocultores do Estado podem ser a chave para manter a cadeia bem azeitada, mesmo com fronteiras fechadas para a entrada de animais para engorda.
A estratégia do Programa é levar conhecimento e tecnologia às regiões do Estado onde há criadores dispostos a incrementar sua produção. “Claro que dificilmente vamos conseguir produzir o mesmo volume de carne que o Mato Grosso e o Pará, que têm uma área muito maior. Mas com certeza conseguiremos avançar na qualidade”, destaca Botelho. (Da assessoria).