A SESA (Secretaria de Estado da Saúde do Paraná) informou que até a quinta-feira (29), sete casos de sarampo foram confirmados no Estado. Em seis casos os pacientes passaram pelo estado de São Paulo e um deles por Santa Catarina. Além das confirmações, 47 casos notificados estão em investigação e monitoramento e 11 já foram descartados pela SESA. No total foram notificados 65 casos desde o fim de julho.
Nos casos de Campina Grande do Sul e Jacarezinho não foram registrados casos secundários, ou seja, o período de incubação já passou, os pacientes retornaram à rotina normal e não há situações notificadas de casos de contaminação por estes pacientes. Os outros cinco casos confirmados são de quatro residentes em Curitiba e um em Rolândia. Este grupo ainda está em monitoramento devido ao período de incubação do vírus, embora o período de transmissão já tenha finalizado.
O secretário da SESA, Beto Preto, indica que o trabalho de monitoramento é primordial para detectar e tentar bloquear o vírus. “Atuamos a partir do rastreamento do deslocamento da pessoa que está com suspeita de sarampo, para então identificar os possíveis contatos físicos e vaciná-los, quando necessário. Esse trabalho é de extrema importância porque tende a reduzir significativamente a contaminação pelo vírus e desenvolvimento da doença”, esclarece.
A identificação de suspeitas de sarampo pelo atendimento básico do profissional e notificação no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) é a base de informações para as ações de prevenção e monitoramento. Na suspeita o paciente é orientado, isolado em domicílio e são realizadas as coletas de amostras para testes da doença. Além disso, é realizado o bloqueio vacinal seletivo, situação em que as pessoas que estiveram em um mesmo ambiente ou próximo ao paciente são vacinados. Esta ação busca interromper a cadeia de transmissão viral com a vacinação seletiva de todos os contatos.
INFORME SEMANAL – A partir da quinta-feira (29), a SESA passar a publicar semanalmente um informe com as informações e dados sobre o sarampo no estado. O primeiro boletim contém dados das semanas epidemiológicas 31 a 34, com início em 28 de julho e final até 24 de agosto.
DOENÇA – O sarampo é uma doença infecciosa, transmitida por vírus e que pode ser contraída por pessoas de qualquer idade. As complicações decorrentes do sarampo são mais graves em crianças menores de cinco anos e podem causar meningite, encefalite, pneumonia, entre outras. O vírus é transmitido pela respiração, fala, tosse e espirro. As micropartículas virais ficam suspensas no ar, por isso o alto poder de contágio da doença.
Os sintomas mais comuns são: febre alta, tosse, coriza, conjuntivite, exantema (manchas avermelhadas na pele que aparecem primeiro no rosto e atrás da orelha e depois se espalham pelo corpo), outros sintomas como cefaléia, indisposição e diarréia também podem ocorrer. Como não existe tratamento específico para o sarampo, é importante ficar atento com o aparecimento dos sintomas.
Quem já teve a doença não corre o risco de ser contaminado pelo vírus novamente. As complicações da doença são: otites, infecções respiratórias, hepáticas e doenças neurológicas, e em casos mais graves podem provocar a redução da capacidade mental, surdez, cegueira e retardo do crescimento. O período entre o contágio e o aparecimento dos sintomas é entre uma e duas semanas. Porém, a transmissão ocorre antes do exantema (as manchas avermelhadas na pele) e se estende até o sexto dia após.
O início da notificação compulsória da doença no Brasil foi em 1968. No mesmo ano, a vacina anti-sarampo passou a ser disponibilizada na rede pública de saúde. O Paraná estava há mais de 20 anos sem registro de sarampo. O último caso registrado aconteceu em 1999, remanescente do surto ocorrido no ano anterior. Em 1998 ocorreram 873 casos no Paraná e um óbito decorrente de complicações da doença.
PREVENÇÃO – A carteira de vacinação é um documento pessoal e contém informações importantes sobre os registros de vacinas desde o nascimento. O alerta neste momento é a vacinação contra o sarampo, mas as demais vacinas também são importantes. A maior incidência de casos no Paraná é de jovens adultos. Muitas pessoas não sabem se tomaram ou não a vacina, a Sesa instrui que na dúvida a indicação é tomar a vacina, que é eficaz e segura.
VACINAÇÃO – A vacina contra o sarampo é gratuita e faz parte do Calendário Nacional de Vacinação. A Sesa orienta para que a população fique atenta às datas da carteira de vacinação e aos registros de doses. A vacina está disponível em todas as unidades de saúde dos municípios paranaenses.
Para prevenir a transmissão da doença é preciso aumentar a cobertura das vacinas em todos os grupos indicados pelo Ministério da Saúde. O Programa Nacional de Imunização recomenda cobertura vacinal de 95% em crianças entre 12 e 24 meses de vida. O Paraná registra 89,53% de cobertura na faixa etária, considerado o melhor índice entre todos os estados do país de acordo com os dados do Ministério da Saúde registrados até o dia 19 de agosto.