Artigos, contos e crônicas
Últimos dias do mês de maio. Noticiários estimulavam um novo olhar para o céu para contemplação de um espetáculo não muito comum: a superlua, “lua de sangue”. Seu tom avermelhado acontece porque parte da luz do sol filtrada pela atmosfera, projeta as cores vermelha e laranja em nosso satélite natural, a terra. Este espetáculo só pode ser visto durante o eclipse e, para o sul do Brasil – onde moro – seria neste ano mais intensamente visualizado. A superlua ocorre quando uma lua cheia ou nova coincide com uma maior proximidade da terra.
Justamente naquela noite, pelas redes sociais, pude visualizar uma foto espetacular da superlua “de sangue”; contrastava serenamente com finos galhos secos de uma árvore enorme. Não tive o mesmo privilégio que aquele(a) que, com tanta sensibilidade e maestria fotografou-a. Pela visão de minha janela estava apenas a superlua. Ao amanhecer, não pude admirá-la; o céu estava carregado de nuvens escuras que dissiparam-se somente no final da manhã. Ao cair da noite porém, novamente apresentou-se a brilhante lua Cheia.
A lua é inspiradora de poetas em quaisquer de suas fases. Com o passar do tempo, seu ciclo se repete. Apresentando maior ou menor luminosidade/visibilidade, enfeita o céu em qualquer estação do ano.
Nossa vida pode sim ser comparada com as fases da lua. Não ficamos paralisados. Vivemos de fases e ciclos. Muitas vezes com nossos acertos, sucessos e vitórias esbanjamos claridade e também brilho, e tornamo-nos pomposos como a lua Cheia. Outras vezes os erros, tropeços e fracassos minguam totalmente nossa claridade deixando-nos escuros como a Minguante ou quem sabe com pouca luminosidade como a Nova. Somos Crescentes quando mostramos apenas um pouquinho daquilo que realmente somos; e vamos transformando-nos ao longo do tempo vivido, repetindo alegrias, tristezas … ciclos… fases.
Às vezes dançamos ao luar; outras vezes, saudosamente, apenas aguardamos o amanhecer.
Que, em qualquer fase de nossa vida, possamos em maior ou menor intensidade, ser luz ou uma pequena claridade na vida de alguém.
Por Nelci Maria Martins de Queiróz