A comunidade nikkei (descendentes e japoneses residentes fora do Japão) de Bandeirantes, representada pela ACEB (Associação Cultural Esportiva de Bandeirantes), foi homenageada nesta segunda-feira (29) pela Câmara Municipal com o título ‘Moção de Aplausos’. A indicação de reconhecimento foi proposto pela vereadora Mônica Aparecida Tavares Moskado que durante a sessão ordinária explicou as razões que a motivaram a propor a homenagem.
Além de homenagear e comemorar o ano de 2020 pelos 112 Anos da Imigração Japonesa no Brasil (18 de junho), os 30 anos da Ida dos Brasileiros para o Japão e os 125 anos do Tratado de Amizade Brasil-Japão, a vereadora explicou que possui uma forte gratidão, apreço e carinho pessoal com a ACEB, pois passou grande parte da sua adolescência e juventude pelas quadras poliesportivas e atividades de entretenimento da associação. A ACEB, em agosto deste ano irá completar 71 anos de existência. “Não há como desvincular esta entidade e a comunidade nikkei da história de Bandeirantes. A sua contribuição cultural, econômica, social, é imensa para todos os bandeirantenses, seja de maneira direta ou indireta, com realizações de eventos ou parcerias com instituições filantrópicas”, comentou.
Além da vereadora Mônica Moskado, também foram os signatários pela proposta: Carlos Roberto Ferreira Bastos, Daniel Gustavo Silva, Jaelson Ramalho Matta, Luiz Theodor Ribeiro, Manoel Affonso Pirolla Vieira e Raphael Cyríaco Gomes Chaves. A ACEB, associados e comunidade nikkei bandeirantense foi representada pelo presidente da entidade Luiz Cesar Miyashiro e diretores Roberto Ueda, Kunio Ochiai e Nelson Saito.
A leitura do requerimento foi feita pelo vereador Raphael Cyríaco Gomes Chaves durante sessão ordinária e aprovada por unanimidade pelos edis.
OS LAÇOS DE IRMANDADE – O Brasil e o Japão possuem uma longa história de intercâmbio cultural e econômico. O país abriga a maior população de nikkeis, que começou em 1908 quando atracou no porto de Santos o navio Kasato Maru, trazendo a bordo 165 famílias, totalizando 781 imigrantes japoneses. Com o passar dos anos, outros navios chegaram ao Brasil, somando milhares de imigrantes a desembarcar no país.
De lá para cá, a cada geração, os japoneses e seus descendentes lutaram, batalharam e melhoraram suas vidas no Brasil, e transformaram a sua cultura, seu modo e filosofia de vida de forma bem popular. A cada ano, inúmeros festivais japoneses são realizados em todas as regiões brasileiras. Há de se lembrar que houve também um caminho inverso em que muitos descendentes e não-descendentes escolheram viver no Japão e a cultura brasileira acabou se tornando também popular na terra do sol nascente.
A ACEB – Homenagear a Imigração Japonesa no Brasil é também homenagear a entidade bandeirantense mais representativa da comunidade nikkei: a ACEB, que foi fundada em 30 de agosto de 1949. Nestes 71 anos de existência, a associação tem um histórico entrelaçado com as diversas famílias acebianas porque a sua implantação surgiu com a finalidade de proporcionar a educação e a de preservar a própria cultura. Para esse fim, a ACEB implantou a Casa do Estudante. Na área doada pela empresa Sassatani, Ueno & Cia Ltda em 1960, onde está constituída até hoje a sede da associação, manteve-se as aulas japonesas para que muitas dezenas de crianças, já nascidas em solo brasileiro, pudessem aprender a leitura e escrita do Japão, assim como as tradições e costumes com danças e músicas. Atividades recreativas, esportivas, sociais e culturais são realizadas até hoje, envolvendo mesmo quem não é descendente, como por exemplo, taiko, bon-odori, futebol de campo, voleibol, canto, taisô.
A contribuição da ACEB para com a sociedade bandeirantense não está apenas no aspecto cultural, mas também na parceria de realizações de eventos com entidades filantrópicas.
‘MOÇÃO DE APLAUSO’ – A ‘Moção de Aplauso’ é um instrumento de reconhecimento e estímulo a pessoas ou instituições que contribuem, seja de forma profissional ou voluntária, como forma de reconhecer e homenagear este trabalho, valorizando suas ações e a diferença que elas fazem no desenvolvimento econômico, social e cultural da cidade.