No último dia 14, o Instituto Emater realizou o 1º Dia de Campo sobre Tomate Orgânico em Nova Fátima com apoio do Neat (Núcleo de Estudos de Agroecologia e Territórios) da Uenp (Campus Luiz Meneghel/Bandeirantes). O evento que aconteceu no Sitio São José, unidade de referência da região, e reuniu mais de 200 participantes entre eles agricultores e técnicos, das regionais Cornélio Procópio, Londrina e Santo Antônio da Platina, além de empresas do ramo. O encontro teve como objetivo apresentar o modelo de produção sem o uso de agrotóxicos ou adubos químicos.

Mais de 200 pessoas estiveram presentes no Dia de Campo do Tomate Orgânico em Nova Fatima

 

A gerente regional da Emater, engenheira agrônoma Eliani Aparecida Marson, contou que o ‘Dia de Campo’ é uma metodologia da Emater para divulgar os projetos. “No Dia de Campo de Nova Fátima mostramos para as pessoas a viabilidade da produção orgânica”, comentou. Para o engenheiro agrônomo da Emater, Felipe Spagnuolo, a proposta da região é ampliar o número de produtores orgânicos. “Na região atualmente a Emater atende mais de 50 produtores orgânicos certificados e outros 35 em processo de conversão. A meta para o final de 2019 é ter 100 produtores certificados, e fazer o Dia de Campo é uma maneira de fomentar esse processo”, acredita Felipe.

Dona Nina e Sr. José exibem orgulhosos com a família tomates de qualidade e sem agrotóxicos

Emocionados, Dona Leonina Messias dos Santos (Nina) e o José Marcelino dos Santos pensaram até em vender o sítio, mas foi pela produção orgânica que eles começaram as quitar as dívidas e decidiram permanecer no campo. “Nós tivemos prejuízo com café, com pepino e ainda com o tomate no manejo convencional e de certa forma Deus encaminhou a nossa família para o caminho certo e estamos com as contas em dia, com as estufas produzindo muitos tomates de qualidade e ainda com comprador fixo para os produtos”, contou o casal.

O filho dos proprietários do sítio, Adriano José dos Santos, apresentou aos participantes as dificuldades enfrentadas pela família antes do período de conversão, e a motivação para iniciar o manejo orgânico, veio pela preocupação com saúde pessoal e dos familiares, como também as vantagens financeiras. “Antes eu usava muito veneno e ficava com medo de entrar na estufa depois que passava a calda. Hoje, eu entro na estufa tranquilo, passo apenas uma água para tirar a poeira e como tomate sem medo. Outro incentivo foi o preço, já que no convencional eu cheguei a vender a caixa a R$ 15 e agora no orgânico meus tomates tem comprador certo e vendo na média de R$ 97 a caixa”, explicou orgulhoso o agricultor.

Para o biólogo e mestre em Agronomia, Diego Contiero, bolsista do Neat, a contribuição do Núcleo veio junto com a Emater no acompanhamento do agricultor no processo de conversão até a certificação e, no Dia de Campo, fazendo a divulgação do Programa Paraná Mais Orgânico, uma política pública que auxilia o agricultor familiar de forma gratuita em todo o processo de certificação orgânica. (Por Daniani Souza/Fotos Jean Guerino)

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