A cena pode parecer comum: jovens usando camisas de manga comprida em pleno calor ou adolescentes com os braços enfaixados. O que poucos sabem é que por ‘debaixo dos panos’ existe uma dor silenciosa, manifestada em mutilações pelo corpo. Trata-se da AUTOMUTILAÇÃO SEM INTENÇÃO SUICIDA, um comportamento destrutivo e sorrateiro que tem se estendido pela população do país.
Existem vários métodos usados por quem pratica a ASIS (Automutilação Sem Intenção Suicida): queimadura, corte, bater alguma parte do corpo, arranhão, machucar feridas já existentes, quebrar um osso e amputar um membro. “Estas duas últimas situações são vistas como casos mais graves, em decorrência de surto psicótico”, indicou a psicóloga Suellen Naime, de Bandeirantes. Entretanto, o método mais predominante no mundo, inclusive no Brasil, são cortes em alguma região do corpo, geralmente, nos braços, pernas e barriga. “Infelizmente, a maioria dos pais sequer percebe que os filhos estão se cortando com lâminas de barbear, canivetes ou outros objetos cortantes”, revela e ressalta que a dor dos adolescentes que se mutilam é enorme. “E, por isso, os pais e outros adultos cuidadores anseiam por orientações que acalmem a própria angústia, possibilitando um apoio adequado ao jovem; mesmo por que, na maioria das vezes, eles descobrem a situação da automutilação bem após a mesma ter iniciado”, comentou.
De acordo com Suellen, embora possa parecer estranho, a automutilação entre os jovens pode ocorrer como se fosse uma ‘modinha’, ou seja, quando alguém no grupo experimenta e acaba sendo seguido pelos outros jovens. “Por ser uma experiência dolorosa, a maioria dos adolescentes interrompe o comportamento, porém, quando o mesmo persiste, geralmente é por estarmos diante de um jovem que vive um grande sofrimento emocional, que busca na dor física uma justificativa”, aponta.
Pais e responsáveis ao descobrirem a automutilação dos filhos, o primeiro passo a ser adotado é buscar manter a calma. “Se reação for de pânico e desorientação poderá agravar ainda mais a sensação de desconforto do adolescente. Dizer apenas para que pare de se cortar também terá pouco efeito. No entanto, retirar do alcance objetos cortantes pode ser de suma importância, tendo em conjunto uma postura disponível para escutar as preocupações do filho, dando-lhe espaço para partilhar o que sente, porém, sem obriga-lo”, orientou a psicóloga. No entanto, ela destacou que, simultaneamente, é fundamental encaminhá-lo a um profissional qualificado, com objetivo de aprender e aplicar novas estratégias, e mais adequadas, para o controle emocional do adolescente.
“A psicoterapia visa ajudar o adolescente a procurar outras formas de lidar com as frustrações. Permite ajudar a identificar os problemas implícitos que provocam os comportamentos automutiladores. A terapia pode, também, ajudar a gerir melhor a angústia/preocupação, ajudar a regular a impulsividade e outras emoções. Aumentar a autoestima, melhorar os relacionamentos, e desenvolver capacidades/aptidões de resolução de problemas mais assertivas”, salientou.
Para saber mais sobre a automutilação e outros problemas comportamentais da mente humana, entre em contato com psicóloga Suellen Naime na Clínica Polimed, na Avenida Prefeito Moacyr Castanho, 1958, centro, com telefones (43) 3542-1620 ou 9.9834-0148 (whatsapp). O atendimento é voltado para crianças, adultos e casais.
A automutilação está virando febre entre os adolescentes, o que se torna urgente conhecer sobre o assunto. Parabéns pelo artigo!