Documento publicado semanalmente pelo Deral aborda o encerramento do vazio sanitário da soja, o que possibilita que os produtores comecem a semear o grão em 5,5 milhões de hectares previstos Foto:Jaelson Lucas / AEN

Com o fim do vazio sanitário para a cultura da soja, nesta quinta-feira (10), produtores do Paraná já podem ir a campo para o plantio. Esse é um dos assuntos do Boletim Semanal de Conjuntura Agropecuária, referente à semana de 6 a 11 de setembro. O documento é produzido por técnicos do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento.

De acordo com a primeira estimativa do Deral, serão semeados aproximadamente 5,5 milhões de hectares de soja na safra 2020/21. Espera-se uma produção de 20,38 milhões de toneladas do grão. No entanto, as condições climáticas preocupam. O tempo seco está presente em todo o Estado nas últimas semanas e as previsões do Simepar são de pouca alteração, o que dificulta o trabalho de plantio.

A expectativa de um aumento na área de plantio da soja neste ano (1,2% a mais que no ciclo anterior) leva em conta também a elevação do preço ao produtor. Nesta semana, os preços pesquisados pelos técnicos de campo do Deral apontaram que a saca foi comercializada, em média, por R$ 117,00. Esse valor é 1,4% superior ao da semana anterior e cerca de 60% maior do que no mesmo período do ano passado.

O vazio sanitário é uma medida de manejo agrícola adotada desde 2007 no Paraná, com vistas a conter o avanço da ferrugem da soja, uma doença que não controlada de forma adequada pode acarretar prejuízos econômicos de até 90% à cultura. Consiste em erradicar completamente qualquer vestígio de soja no terreno ou ao longo de estradas pelo prazo de três meses, prorrogando o máximo possível eventual aparecimento da doença. Em outros Estados produtores o período termina em 15 de setembro.

FEIJÃO E MILHO – Com as colheitas da primeira e segunda safras de feijão concluídas, as atenções voltam-se para a terceira, que se encontra em fase final de ciclo. A produção total de feijão no País está estimada em 3,23 milhões de toneladas, superando em 7% o resultado da safra 2018/19. A previsão é de que o consumo interno, que aumentou este ano, chegue a 3,20 milhões de toneladas.

Em relação ao milho, o boletim registra o avanço no plantio da primeira safra 2020/21, que atingiu 17% de uma área total de 359 mil hectares na semana. Da segunda safra 2019/20, já foram colhidos 89% da área de 2,3 milhões de hectares. Mas o destaque é o preço do cereal, que tem rendido mais de R$ 45,00 a saca de 60 quilos ao produtor.

TRIGO E TOMATE – A colheita do trigo paranaense chegou a 11%, iniciando pelas áreas mais atingidas pela seca, o que reflete negativamente na produtividade. Na semana passada, 71% das lavouras estavam em boas condições. Agora, o porcentual caiu para 66%.

A segunda safra 2019/20 do tomate encerrou e agora é o momento de plantio do novo ciclo. Estima-se que o Estado terá 2.238 hectares plantados, quase o mesmo do ano anterior, com produção de 137 mil toneladas. Com a sazonalidade da oferta do produto paranaense, o tomate comercializado vem de outras unidades da federação, o que explica a tendência de preços mais altos.

OUTROS PRODUTOS – O boletim conjuntural desta semana analisa, ainda, os preços dos produtos da pecuária leiteira e da avicultura de corte, neste caso também em relação ao mercado internacional. Traz, igualmente, comentários sobre a produção paranaense de frutas de caroço – pêssego, ameixa e nectarina – e de mandioca, que já tem 50% de plantio em regiões mais adiantadas, como o Noroeste do Estado. (Da assessoria)

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