Franciscologia

Paz e Bem, meu amigo e irmão, vamos falar sobre o bem-aventurado Francisco.

SEGUNDO LIVRO de Tomás de Celano.

 O que fez e disse quando faleceu felizmente

Eu me apresso a ir para a casa do Senhor, para o meu Deus vou com confiança, porque o servi com devoção”. Como estivesse hospedado no palácio do bispo de Assis, pediu aos frades que o levassem o mais depressa possível para Santa Maria da Porciúncula. Queria entregar sua alma a Deus naquele lugar em que, como dissemos, começou a entender com perfeição o caminho da verdade.

Já tinham passado vinte anos desde sua conversão e, como lhe fora comunicado por divina revelação, estava próxima sua última hora. De fato, quando o bem-aventurado Francisco e Frei Elias moravam juntos em Foligno, certa noite apareceu em sonho a Frei Elias um sacerdote vestido de branco, de idade muito avançada e aspecto venerável, e disse: “Levanta-te, irmão, e diz a Frei Francisco que já se passaram dezoito anos desde que renunciou ao mundo e aderiu a Cristo.

Permanecerá só mais dois anos nesta vida e depois, chamado pelo Senhor, seguirá o caminho de toda carne mortal”. Era o que estava acontecendo, para que a seu tempo fosse realizada a palavra de Deus, anunciada com tal antecedência. Tendo descansado uns poucos dias no lugar que tanto amava, e sabendo que tinha chegado a hora de morrer, chamou dois frades, filhos seus prediletos, e lhes mandou que cantassem em voz alta os Louvores do Senhor, na alegria do espírito pela morte, ou antes pela Vida, já tão próxima.

Ele mesmo entoou como pôde o Salmo de Davi: “Em alta voz clamo ao Senhor, em alta voz suplico ao Senhor” (Sl 141,2-8). Um dos frades presentes, pelo qual o santo tinha a maior amizade, e que era muito solícito por todos os irmãos, vendo isso e sabendo que a morte do santo estava próxima, disse-lhe: “Ó pai bondoso, teus filhos vão ficar sem pai, vão ficar sem a verdadeira luz de seus olhos! Lembra-te dos órfãos que estás deixando, perdoa todas as nossas culpas e alegra com tua santa bênção tanto os presentes como os ausentes!” Respondeu-lhe o santo: “Filho, estou sendo chamado por Deus.

A meus irmãos, tanto presentes como ausentes, perdoo todas as ofensas e culpas, e os absolvo quanto me é possível. Leva esta notícia para todos e abençoa-os de minha parte”. Mandou trazer, então, o livro dos Evangelhos e pediu que lessem o trecho de São João no lugar que começa: “Seis dias antes da Páscoa, sabendo Jesus que sua hora tinha chegado e devia passar deste mundo para o Pai… ”(Jo 13,1 (12,1)) Era justamente o Evangelho que o ministro tinha pensado em ler, antes que lhe fosse dada a ordem.

E abriram o livro nesse ponto na primeira vez, embora fosse uma Bíblia inteira o livro em que estavam procurando o Evangelho. Depois, mandou que lhe pusessem um cilício e jogassem cinzas por cima, porque dentro em breve seria pó e cinza. Estando presentes muitos irmãos, de quem ele era o pai e guia, a esperar com reverência o fim ditoso e bem-aventurado, sua alma santíssima desprendeu-se da carne e foi absorvida pelo abismo da claridade, enquanto seu corpo adormecia no Senhor.

 

Para louvor de Nosso Senhor Jesus Cristo Amém. (Continua na próxima edição – Programa

Francisco Instrumento da Paz). Paz e Bem.

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