Franciscologia

Paz e Bem, meu amigo e irmão, vamos falar sobre o bem-aventurado Francisco.

TERCEIROLIVRO de Tomás de Celano.

Sobre a canonização do bem-aventurado São Francisco e seus milagres.

Ficou possesso durante três anos, e fazia coisas tão repugnantes de se ver, que nem devem ser contadas. Foi também à tumba do santo pai, apesar de os demônios enfurecidos o maltratarem cruelmente. Quando tocou em seu sepulcro, foi maravilhosamente libertado por um claro e evidente milagre. Uma mulher de Narni, acometida por uma fúria enorme e privada do juízo, fazia coisas horríveis e dizia palavras inconvenientes. Afinal, teve uma visão de Francisco, que lhe disse: “Faz o sinal da cruz”. Ela respondeu: “Não posso”.

E o próprio santo fez-lhe o sinal da cruz, expelindo dela toda paixão da loucura e a fantasia demoníaca. Muitos outros homens e mulheres, atormentados por suplícios e ilusões do demônio, foram arrancados do seu poder pelos merecimentos do preclaro santo e glorioso pai. Entretanto, como esse tipo de pessoas costuma muitas vezes ser enganado pela falsidade, vamos contar só isso e passar para assuntos mais importantes. Um menino chamado Mateus, da cidade de Todi, esteve oito dias na cama, como morto.

Boca completamente cerrada, olhos apagados, com a pele do rosto, mãos e pés pretos como fundo de panela, todos tinham desesperado de sua salvação, mas a mãe fez um voto e ele ficou curado com uma rapidez admirável. Vomitou sangue coagulado e até pensavam que estava pondo para fora os intestinos. Mas logo que sua mãe suplicou de joelhos a São Francisco, o menino começou a abrir os olhos, a enxergar, e recuperou a pele de antes, reassumindo as forças e a saúde. Quando ficou melhor, a mãe perguntou: “Quem te curou, meu filho? ” Ele respondeu balbuciando: “O Chico, o Chico”.

Perguntaram de novo: “A quem tens que agradecer? ” Respondeu outra vez: “Ao Chico, ao Chico”. Era muito pequeno e não sabia falar direito, por isso falava o nome de São Francisco de modo truncado. Um moço estava em um lugar muito alto e caiu lá de cima, perdendo a fala e todo o movimento dos membros. Passou três dias sem comer nem beber, sem sentir coisa alguma: parecia ter morrido. Sua mãe, deixando de lado os médicos, pedia a São Francisco que o salvasse.

Fez um voto, recebeu-o vivo e incólume, e se pôs a louvar a onipotência do Salvador. Um outro, chamado Mancino, teve uma doença mortal e foi totalmente desenganado por todos, mas invocou o nome do bem-aventurado Francisco e imediatamente começou a convalescer. Um menino de Arezzo, chamado Válter, tinha febres constantes e era atormentado por dois tumores. Foi desenganado pelos médicos, mas os pais fizeram uma promessa a São Francisco e ele recobrou a saúde. Um outro estava à morte e ficou imediatamente livre de toda doença quando lhe fizeram uma imagem de cera, e ainda antes de acabá-la.

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