Franciscologia

Paz e Bem, meu amigo e irmão, vamos continuar falando sobre São Francisco de Assis. Agora o SEGUNDO LIVRO de Tomás de Celano. Sobre a pregação que fez mais pelo exemplo que pelas palavras.

E mandou o presente por outro frade que não queria ir, ainda que não tenha resistido obstinadamente. Outro frade, em tempo de inverno, foi por motivo de compaixão a um mosteiro, ignorando assim a vontade do santo, que não queria que fosse. Quando o santo ficou sabendo, fez com que caminhasse despido por muitos quilômetros no pior frio das nevadas. Numa ocasião em que se encontrava em São Damião, o santo pai foi muito animado por seu vigário a propor a palavra de Deus a suas filhas, e acabou concordando. As senhoras se reuniram como de costume, para ouvir a palavra de Deus, mas com desejo não menor de ver o pai. Ele levantou os olhos para o céu, onde sempre tinha o coração, e começou a rezar a Cristo. Depois mandou buscar cinza e fez um círculo ao seu redor no chão, jogando o resto sobre a própria cabeça. Vendo o bem-aventurado pai manter silêncio dentro do círculo de cinzas, sentiram não pequeno estupor em seu coração. De repente o santo se levantou e, diante das irmãs atônitas, recitou o salmo Miserere mei Deus em vez de fazer um sermão. Quando acabou, saiu bem depressa. As servas de Deus ficaram tão contritas com a força significativa dessa representação que choraram muito e tiveram que se conterem para não tirar vingança de si mesmas com as próprias mãos. Ensinou-as por obra a se julgarem cinza, e que nada chegava a seu coração a respeito delas que não fosse digno dessa reputação. Era essa a sua maneira de tratar com as santas mulheres. Fazia-lhes visitas muito proveitosas, mas por obrigação e raramente. Dessa maneira queria que as servissem os seus frades, por amor de Cristo de quem são servidores, mas sempre como aves que tomam cuidado com as armadilhas colocadas diante delas. Tinha um zelo ardente pela profissão comum e pela Regra, e deixou uma bênção especial para os que eram zelosos por ela. Pois dizia aos seus que a Regra era o livro da vida, a esperança da salvação, a medula do Evangelho, o caminho da perfeição, a chave do paraíso, o pacto da aliança eterna. Queria que todos a possuíssem e que todos a conhecessem, para que fosse consolação no tédio e recordação do juramento prestado para conversar com o homem interior. Ensinou que se devia ter sempre a Regra diante dos olhos para dirigir a vida e, até mais, que com ela se deveria morrer. Houve um irmão leigo que não se esqueceu dessa recomendação, conseguindo assim a palma de uma vitória gloriosa, e creio que deve ser venerado entre os mártires. Pois quando os sarracenos o levavam para o martírio, levantando a Regra nas mãos e humildemente ajoelhando-se, ele disse ao companheiro: “Irmão caríssimo, diante dos olhos da Majestade e diante de ti, declaro-me culpado de tudo que fiz contra esta santa Regra”. A essa breve confissão sobreveio à espada, e assim morreu martirizado, ficando célebre depois por sinais e prodígios. Tinha entrado na Ordem bem jovem, a ponto de mal aguentar o jejum regular. …

Para louvor de Nosso Senhor Jesus Cristo Amém. (Continua na próxima edição – Programa Francisco Instrumento da Paz). Paz e Bem.

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