Franciscologia

Paz e Bem, meu amigo e irmão, vamos falar sobre o bem-aventurado Francisco.
SEGUNDO LIVRO de Tomás de Celano.

Da visão do homem com a imagem de um Serafim crucificado

Porque também tinha mais facilidade para fazer as coisas perfeitas do que para louvá-las, e empenhou esforço e ação nas boas obras, não apenas nas palavras, que não constituem mas mostram o bem. Por isso estava sempre alegre e tranquilo, entoando no coração cânticos de júbilo para si mesmo e para Deus. Também mereceu uma revelação maior, ele que tanto se alegrara com coisas bem menores, como o servo fiel nas coisas pequenas que foi colocado acima de outras maiores.

Dois anos antes de entregar sua alma ao céu, estando no eremitério que, por sua localização, tem o nome de Alverne, Deus lhe deu a visão de um homem com a forma de um Serafim de seis asas, que pairou acima dele com os braços abertos e os pés juntos, pregado numa cruz. Duas asas elevavam-se sobre a cabeça, duas abriam-se para voar e duas cobriam o corpo inteiro. Ao ver isso, o servo do Altíssimo se encheu da mais infinita admiração, mas não compreendia o sentido. Experimentava um grande prazer e uma alegria enorme pelo olhar bondoso e amável com que o Serafim o envolvia.

Sua beleza era indizível, mas o fato de estar pregado na cruz e a crueldade de sua paixão atormentavam-no profundamente. Levantou-se triste e alegre ao mesmo tempo, se isso se pode dizer, alternando em seu espírito sentimentos de gozo e de padecimento. Tentava descobrir o significado da visão e seu espírito estava muito ansioso para compreender o seu sentido.

Estava nessa situação, com a inteligência sem entender coisa alguma e o coração avassalado pela visão extraordinária, quando começaram a aparecer-lhe nas mãos e nos pés as marcas dos quatro cravos, do jeito que as vira pouco antes no crucificado. Suas mãos e seus pés pareciam atravessados bem no meio pelos cravos, sobressaindo as cabeças no interior das mãos e em cima dos pés, e as pontas do outro lado. Os sinais eram redondos nas palmas das mãos e longos no lado de fora, deixando ver um pedaço de carne como se fossem pontas de cravo entortadas e rebatidas, saindo para fora da carne. Havia marcas dos cravos também nos pés, ressaltadas na carne.

Estigma de São Francisco de Assis.
(Feito com I.A.)

No lado direito, que parecia atravessado por uma lança, estendia-se uma cicatriz que frequentemente soltava sangue, de maneira que sua túnica e suas calças estavam muitas vezes banhadas naquele sangue bendito. Infelizmente, foram muito poucos os que mereceram ver a ferida sagrada do seu peito, enquanto viveu crucificado o servo do Senhor crucificado! Feliz foi Frei Elias, que teve algum jeito de vê-la durante a vida do santo. Não menos afortunado foi Frei Rufino, que a tocou com suas próprias mãos. Porque, num dia em que lhe friccionava o peito, sua mão escorregou casualmente para o lado direito e tocou a preciosa cicatriz.

A dor que o santo sentiu foi tão grande que afastou a mão e gritou pedindo a Deus que o poupasse. Pois tinha muito cuidado em esconder essas coisas dos estranhos, e ocultava-as mesmo dos mais chegados….

Para louvor de Nosso Senhor Jesus Cristo Amém. (Continua na próxima edição – Programa
Francisco Instrumento da Paz). Paz e Bem.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui