Paz e Bem, meu amigo e irmão, vamos continuar a falar de Santa Clara “Plantinha” do Pai Seráfico.
São Boaventura – às Clarissas
Às queridas filhas em Cristo, à abadessa das Senhoras Pobres de Assis do mosteiro de Santa Clara e a todas as suas irmãs: Frei Boaventura, ministro geral e servidor da Ordem dos frades menores, saúda e deseja que sigam o Cordeiro onde ele for, na companhia das felicíssimas virgens preparadas. Informado há pouco, filhas queridas no Senhor, pelo nosso caríssimo Frei Leão, companheiro do santo Pai em outros tempos, sobre o vosso esforço para seguir o pobre Cristo crucificado com toda a pureza, alegrei-me enormemente no Senhor. Por esta carta quero exortar e animar vossa devoção para que sigais com solicitude os vestígios de virtude de vossa mãe santíssima, instruída pelo Espírito Santo através de São Francisco pobrezinho. E “nada mais queirais ter abaixo do céu” a não ser o que vossa mãe vos ensinou, isto é, Cristo, e ele mesmo crucificado, e a exemplo da mãe, filhas diletas, corrais atrás do perfume de seu sangue, abraçando virilmente o espelho de pobreza, o exemplo de humildade, o escudo de paciência, o título de obediência. Abrasadas no fogo do amor divino, daí todo o vosso coração por aquele que por nós deu na cruz o seu ao Pai, para que, vestidas com a luz do exemplo de vossa mãe e suavemente inflamadas pelos ardores eternos, trescalando o perfume de todas as virtudes, sejais o bom odor de Cristo, Filho da Virgem e Esposo das virgens prudentes, tanto para os que se salvam como para os que se perdem. Vigiai de tal maneira, com afetos incessantes, fervorosas no espírito da devoção, que, quando se ouvir o clamor e chegar o Esposo, possais ir fielmente ao seu encontro com as lâmpadas cheias do óleo do amor e da alegria, prontas para entrar com ele nas bodas da felicidade eterna, com exclusão das virgens loucas. Lá Cristo vai acomodar suas esposas com os anjos e os eleitos, e passará para servir-lhes o pão da vida, a carne do Cordeiro imolado, o peixe assado na cruz, cozido no fogo do amor em que vos amou fervorosamente. Dar-vos-á a beber o vinho mesclado de sua humanidade e divindade, de que bebem os amigos e se inebriam os mais queridos com admirável sobriedade. Desfrutarão de vez em quando da transbordante doçura reservada aos que o temem, enxergando sempre aquele que é o mais formoso não só entre os filhos dos homens, mas também entre os milhares de anjos, aquele a que os anjos desejam contemplar, porque é o candor da luz eterna e o espelho sem mancha da majestade de Deus, esplendor da glória do paraíso…
Para louvor de Nosso Senhor Jesus Cristo Amém. (Continua na próxima edição – Programa
Francisco Instrumento da Paz). Paz e Bem.